4ª. Edição (2003)

Categoria Individual

Padre Ricardo Rezende Figueira

Natural de Carangola (MG), é licenciado em filosofia, com pós-graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade. É doutor em Ciências Humanas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCH-UFRJ). Atua em prol da paz e dos direitos humanos nas áreas de erradicação do trabalho escravo contemporâneo por dívida, do meio ambiente, da violência no campo e da questão agrária.

É co-fundador e presidente do Conselho Deliberativo da Rede Social Justiça e Direitos Humanos e co-fundador e diretor administrativo do Movimento Humanos Direitos. Atua no Brasil e no exterior, tendo iniciado suas atividades no país em 1975, como assessor da ação católica operária. Em 1977 foi educador popular em Conceição do Araguaia e no mesmo ano supervisor do Movimento de Educação de Base (MEB). Após sua ordenação em 1980, deu sequência às suas atividades, destacando-se as seguintes: Coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Araguaia (Tocantins); co-fundador do Comitê Rio Maria (pará) de combate à impunidade e defesa da reforma agrária; colaborador na criação de um centro de pesquisa sobre o trabalho escravo na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

É autor de livros e artigos sobre o tema do trabalho escravo, violência  e impunidade no campo, publicados em revistas e jornais nacionais e internacionais. Recebeu vários prêmios, dentrer os quais destacam-se: Medalha Chico Mendes de Resistência e Prêmio Anti-slavery Internacional, da Inglaterra, em 1992; Human Rights Monitor, outorgado pela Human Rights Watch, dos Estados Unidos da América, em 1994. Sua consistente trajetória e sua dedicação aos graves problemas políticos e sociais no campo o tornam merecedor de mais um prêmio, pela Universidade de São Paulo.

 

 

 

Categoria Institucional

Grupo Tortura Nunca Mais-RJ

Foi fundado em 1985, por iniciativa de ex-presos políticos que viveram situações de tortura durante o regime militar, por familiares de mortos e desaparecidos políticos e por diversos outros cidadãos vinculados aos direitos humanos.

Tem como principais objetivos: 1) lutar contra toda e qualquer violação dos direitos humanos; 2) dar apoio e solidariedade às pessoas que lutam pela causa dos direitos humanos no mundo; 3) intercambiar experiências e informações com entidades de direitos humanos nacionais e internacionais; 4) dar assistência (reabilitação física, médica e psicológica) para as pessoas atingidas pela violência organizada; e 5) buscar reconstruir a história do país durante o período da ditadura, esclarecendo as circunstâncias das prisões, torturas, mortes e desaparecimentos ocorridos naquele período e os que continuam acontecendo hoje.

Ao longo de mais de dezoito anos de atividade, alcançou diversas conquistas, como o afastamento de torturadores e membros da repressão de cargos púbicos, a casssação de registros de médicos do Rio de Janeiro e de São Paulo que colaboraram com práticas de torturas e/ou emitiram laudos falsos e o reconhecimento formal pelo Estado de sua responsabilidade na morte de militantes políticos no período de 1961 a 1979, o que possibilitou a reparação financeira, até agora, das famílias de 136 desaparecidos e de militantes mortos.

Tem recebido apoio de entidades de direitos humanos internacionais, como o Fundo Voluntário das Nações Unidas para as Vítimas de Tortura, em razão dos progrmas desenvolvidos nas áreas de atendimento médico e de assessoria jurídica às vítimas  de arbitrariedades. Suas atividades estão documentadas em livros e artigos e divulgadas em congresso e eventos científicos. Sua atuação consistente na área dos direitos humanos tem conquistado o reconhecimento e a solidariedade de inúmeros grupos e organizações nacionais e internacionais, o que lhe outorga a qualidade de merecedor do 4º Prêmio UP de Direitos Humanos.