Minicurso 5: Evolução, desenvolvimento e aprendizagem

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Palestrante: Dra. Carolina Laurenti (Universidade Estadual de Maringá)

Resumo:

Evolução, desenvolvimento e aprendizagem: desafios contemporâneos para a Análise do Comportamento
A Análise do Comportamento é usualmente filiada ao ramo das ciências naturais, sobretudo das ciências biológicas. Tal filiação exige que a Análise do Comportamento se posicione a respeito da relação entre aspectos biológicos e comportamentais. Os distintos interesses e o escopo da produção de conhecimento em Análise do Comportamento dão ensejo para esse debate. Por mais que seja popularmente conhecida como uma teoria da aprendizagem, a Análise do Comportamento tem pleiteado a alcunha de teoria do desenvolvimento e também acionado concepções específicas de evolução, em especial, quando se discute o modelo de seleção por consequências. A explicação da origem do comportamento e das próprias mudanças comportamentais podem, então, ser esclarecidas recorrendo-se a processos de aprendizagem, mas também a aspectos evolutivos e desenvolvimentais. Contudo, qual é a relação entre evolução, desenvolvimento e aprendizagem? O objetivo deste minicurso é oferecer um panorama da discussão dessas relações na Biologia situando a Análise do Comportamento nesse cenário. Para tanto, será apresentada a proposta de uma “nova síntese evolutiva”, cujo termo busca estabelecer um contraste com a noção de síntese moderna. Em linhas gerais, a nova síntese evolutiva, sem abandonar a concepção darwiniana de evolução pela seleção natural, tem criticado o caráter genocêntrico da noção neodarwinista de evolução, e ampliado as fontes de variação herdáveis para além dos genes. No âmbito dessa ampliação, têm sido destacadas as variações epigenéticas e comportamentais, cuja discussão tem dado relevo ao papel do desenvolvimento e da aprendizagem no processo evolutivo, respectivamente. Portanto, para a nova síntese evolutiva, não apenas os genes, mas os processos desenvolvimentais e comportamentais podem interferir na evolução das espécies. Sem desconsiderar pontos polêmicos e controversos dessa proposta, serão explorados, a partir de então, alguns desafios que esse debate evolutivo lança à Análise do Comportamento. Trata-se de desafios teóricos, levando a ciência analítico-comportamental a rever o modo como tem descrito e explicado algumas de suas noções basilares, como o modelo de seleção por consequências, bem como desafios práticos, voltados ao próprio ensino da Análise do Comportamento como um ramo das ciências biológicas.