Minicurso 4: Contingências entrelaçadas na relação terapêutica

Palestrante: Roberto Alves Banaco (Paradigma)

Resumo:

A intervenção clínica baseada nos princípios do Behaviorismo Radical de Skinner recebeu várias denominações do Brasil. As mais comumente encontradas são a Análise Comportamental Clínica , a Terapia por Contingências de Reforçamento , e Terapia Analítico-Comportamental , sendo esta última a mais utilizada pela comunidade que se dedica a intervenções no contexto clínico.

Independentemente das diferenças que as definem, todas elas tomam por base a Análise Experimental do Comportamento como referencial teórico, provedor de modelos interpretativos para a condução dos casos clínicos.

Isso implica em formular a análise e elaborar um plano terapêutico considerando três níveis de Seleção do comportamento: o filogenético – referente à evolução das espécies e sua adaptação ao ambiente – que envolve respostas típicas da espécie, com as devidas variações individuais no responder e na sensibilidade aos estímulos antecedentes e subsequentes; o ontogenético – fruto da história de aprendizagem do indivíduo, que repousa sobre as suas possibilidades filogenéticas e as disponibilidades do ambiente no qual ele está inserido – que consiste no repertório aprendido, idiossincrático de cada indivíduo; e o cultural – resultado da evolução humana, a partir do surgimento do comportamento verbal, que permitiu uma organização social impar na natureza  – e que se refere à interação do indivíduo com padrões de comportamento dos grupos nos quais ele está inserido.

Do ponto de vista das análises clínicas, possíveis no campo das psicoterapias, há trabalhos a serem desenvolvidos em cada um dos níveis de seleção. Mas é especialmente no nível cultural de seleção do comportamento que mais claramente os problemas psicológicos são definidos enquanto tal, e exigem solução por meio da psicoterapia.