Histórico

A CRIAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO INTERUNIDADES EM INTEGRAÇÃO DA AMÉRICA LATINA

No dia 22 de fevereiro de 1988, foi assinada pelo Reitor da Universidade de São Paulo, professor José Goldemberg, a criação do Programa de Pós-graduação em Integração da América Latina, o Prolam, dando início a um trabalho que resultou, a partir de 1988, na implantação do Programa de Pós Graduação nível Mestrado e em maio de 1989, o nível de Doutorado.

 Desde seu início, o projeto elaborado pelos primeiros professores que compuseram acomissão para a criação do Prolam, teve como objetivo : desenvolver um programa que reunisse pesquisadores de várias áreas de conhecimento da Universidade, portanto, que fosse Inter unidades; que pudesse se pautar dentro de uma perspectiva metodológica interdisciplinar além de se comunicar, interagir, com outros centros de produção de conhecimento na América Latina. O programa previa, desde seu início, a participação de professores visitantes de Universidades da região ou especialistas em América Latina, e, a concessão de bolsas de estudos para alunos latino-americanos com o intuito de fortalecer o caráter integrativo desse novo espaço de estudos e pesquisas sobre a América Latina e o Caribe. Hoje, passados 25anos, o Prolam já conferiu cerca de 400 títulos, entre Mestres e Doutores, vem estabelecendo vínculos com Universidades e centros de estudos da América Latina, e, consiste em um significativo espaço institucional de estudos reconhecido pela comunidade acadêmica. O sonho de alguns professores tornou-se realidade, embora muito ainda tenha que se fazer para cumprir seus objetivos iniciais de construir uma integração entre os países da região.

Esta página destina-se a apresentar, periodicamente, os principais momentos que culminaram na criação do Prolam, desde as primeiras reuniões de preparação do Programa, as unidades da USP que colaboraram desde o início e as que foram agregando-se durante o processo, os primeiros professores, as primeiras disciplinas, as discussões sobre os objetivos, as características, os primeiros coordenadores do Programa, etc. Esse histórico tem como base os registros documentais arquivados na secretaria do Programa e, na medida do necessário, poderá valer-se do testemunho de professores que estiveram à frente desse projeto desde o início, muitos dos quais permanecem até os dias de hoje dando suas importantes contribuições como professores e orientadores do Prolam.

Parte I

A Fundação

No final de 1987, alguns professores da Universidade de São Paulo, provenientes de várias unidades de ensino iniciaram um processo de criação de um programa de pós graduação que reunisse em um espaço interdisciplinar professores e pesquisadores interessados em criar um ambiente específico de reflexão e estudos e sobre a América Latina.

Essa iniciativa deu-se no contexto de um movimento pela integração das nações latino americanasfrente às dificuldades geradas pela crescente dívida externa dos países da região, e encontrou ressonância na Universidade de São Paulo que, por meio de seu Reitor,  professor José Goldemberg  criou-se um Grupo de Trabalho, depois  Comissão Interdepartamental, para trabalhar na criação de um programa de estudos integrativos latino americanos.

Designado pelo Reitor, por meio da Portaria 1298, de 17 de agosto de 1987, o professor Ruy Aguiar da Silva Leme, da Faculdade de Economia e Administração, acompanhou as reuniões com os professores, ocorridas entre os meses de setembro e outubro daquele ano, e coordenou as propostas e análises das disciplinadas encaminhadas pessoalmente por professores ou por meio dos departamentos interessados.

Com propostas voltadas, em sua maioria, para as disciplinas de Humanidades, professores dos departamentos de Direito Internacional, da Economia e Administração, deComunicações e Artes, do Departamento de Letras Modernas da FFLCH, da Antropologia, da Sociologia, Geografia e História, o Grupo de Trabalho realizou quatro reuniões nos meses de setembro e outubro de 1987, pensando em um modelo de Programa que fosse difundido pelos estados brasileiros e acolhesse alunos não só do Brasil mas de outros países latino americanos.

Atendendo às solicitações do grupo de professores, José Goldemberg enviou ofícios aos diretores dos departamentos já envolvidos com o projeto, solicitandoas indicações oficiais da relação de representantes (titulares e suplentes) para compor a Comissão Interdepartamental definindo dessa maneira, o caráter multidisciplinar e Inter unidades  do novo Programa. Representantes de nove unidades departamentais passam a discutir e aprovar o regulamento do Programa, as disciplinas propostas e o perfil dos professores que fariam parte do corpo docente da nova Instituição. Foram incorporadas ao projeto algumas disciplinas de estudos sobre a América Latina que já eram ministradas pelos departamentos com certa regularidade, bem como criadas outras tendo em vista as necessidades do novo Programa. Os trabalhos se estenderam até o segundo semestre de 1987 e foram supervisionados por uma Comissão de Coordenação composta pela professora IrlemarChiampi, da FFLCH (coordenadora), e por José Roberto Franco da Fonseca, da Faculdade de Direito (vice coordenador).

Fizeram parte da comissão interdepartamental indicada pelas unidades para estudar a criação do Programa de Pós Graduação em integração da América Latina, os professores:Ruy Aguiar da Silva Leme(coordenador), Vicente Marotta Rangel e José Roberto Franco da Fonseca ( Direito), Carlos Alberto Primo Braga e Elizabeth Maria Mercier Quirino Ferreira ( FEA), Dilma de Melo Silva e Maria Nazareth Ferreira (ECA), Jorge Schartz e IrlemarChiampi (FFLCH- Letras Modernas), Elizabeth de Souza Lobo Garcia e Paulo Sergio Moraes Sarmento Pinheiro (Ciências Sociais), Manoel Fernando Gonçalves  Seabra e Milton Santos ( Geografia), José Jobson Andrade Arruda ( História) e Maria Luiza Marcílio, diretora do Centro de Estudos de Demografia Histórica da América Latina- CEDHAL, da FFLCH.

Ao final das reuniões preparatórias, a Comissão Coordenadora encaminhou para a análise e aprovação do Conselho de Pós Graduação da Universidade de São Paulo as propostas de criação do novo Programa para que passasse a funcionar naquele mesmo ano.

(continua na próxima edição)