Experiência de Egresso: Lucca Viersa

Meu nome é Lucca Viersa, atualmente sou doutorando em Estudos Urbanos pela Universidade Nova de Lisboa e pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). Sou bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e mestre na mesma área pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Essas duas formações marcam o início tanto da minha carreira profissional como também das experiências que hoje compõem minha vida e me transformaram na pessoa que sou atualmente. Acredito que o curso de Relações Internacionais teve um papel fundamental nesse processo, na medida em que é um curso que nos ensina a olhar para o conjunto e para o mundo, mas também sem nos esquecermos das pessoas, da cultura e da diversidade que o conformam.

Após concluir o mestrado, atuei como Analista de Políticas Públicas na Prefeitura Municipal de Niterói, onde tive a oportunidade de me envolver em diversos projetos de impacto social. Com formação em Relações Internacionais e o desejo de transformar a realidade em que vivemos, essa experiência foi uma das primeiras a demonstrar, de forma concreta, que mudanças significativas eram possíveis. No entanto, após dois anos, o desejo de ir para além ou para o mundo, que acredito que todas as pessoas que fazem RI possuem, me fez sair do Brasil.

Em 2018, ganhei uma bolsa de uma fundação chamada AUIP (Asociación Universitaria Iberoamericana de Postgrado) para cursar um mestrado em Intervenção Social, Cultura e Diversidade na Universidade Pablo de Olavide, Sevilha, Espanha. Durante o mestrado, fiz parte de vários projetos de extensão os quais incluíam: um programa de rádio sobre sexualidade com senhoras do bairro em que vivia, o planejamento participativo da gestão de um centro social e cultural, entre outros.

Posteriormente, morei em outros países como Itália e França. Na França, trabalhei em um projeto chamado Biblioteca Fora do Muro, promovido pela Prefeitura de Marselha em parceria com o Corpo Europeu de Voluntariado, uma parte do programa Erasmus+ destinado a promover intercâmbios para trabalhos voluntários. O projeto consistia em uma biblioteca portátil que circulava nos bairros periféricos da cidade de Marselha. A passagem pelo programa foi muito especial, pois me possibilitou conhecer uma série de pessoas de diversos países, o que expandiu a forma como me relaciono com as pessoas, me mostrou novos temas e discussões e mudou a forma como vejo o mundo. Foi, também, uma experiência de conhecer uma cidade a partir de dentro, residindo e tendo amigos, além de me possibilitar melhorar tanto o francês como o inglês.

Após o voluntariado, fui aprovado no processo seletivo para uma bolsa fornecida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia de Portugal para cursar um doutorado em Estudos Urbanos, o qual estou finalizando atualmente.

Se eu pudesse dar um conselho para quem ingressa no curso de Relações Internacionais atualmente, seria o de aproveitar todas as oportunidades possíveis, fazer parte dos projetos de extensão, de pesquisa, entre outros, assim como sair com os colegas, conversar e se divertir. São a partir dessas experiências que complexificamos nossa visão de mundo, encontramos nossos caminhos, possibilidades de futuros, redes pessoais e profissionais, assim como descobrimos novas realidades. É desta forma que conhecemos o mundo, ou melhor, os diferentes mundos que formam este em que vivemos.