Dia Mundial da Saúde
Você sabia que dia 7 de abril é comemorado o dia mundial da saúde? Essa data é comemorada especialmente neste dia devido a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter sido criada em 7 de abril de 1948. O papel desta organização tão relevante envolve o direcionamento e coordenação da saúde internacional dentro do sistema das Nações Unidas. Mas como a Biotecnologia colabora com a saúde da população? Vejamos aplicações:
Vacinas
O que são?
As vacinas são produtos biológicos desenvolvidos para estimular o sistema imunológico a reconhecer e combater agentes infecciosos, como vírus e bactérias. Elas contêm antígenos que induzem uma resposta imune protetora, prevenindo doenças antes que a pessoa seja exposta ao patógeno.
Como surgiram?
A primeira vacina foi desenvolvida em 1796 por Edward Jenner, que utilizou o vírus da varíola bovina (cowpox) para imunizar pessoas contra a varíola humana. Esse conceito foi aprimorado ao longo dos séculos, levando ao desenvolvimento de vacinas modernas, incluindo as baseadas em RNA mensageiro, como as utilizadas contra a COVID-19.
Principais aplicações
As vacinas são amplamente usadas na prevenção de doenças infecciosas, como gripe, sarampo, hepatite, tuberculose e COVID-19. Além disso, algumas vacinas são estudadas para tratar doenças como câncer e alergias, abrindo novas possibilidades terapêuticas.
Nutracêuticos
O que são?
Os nutracêuticos são suplementos alimentares que atuam como uma fonte alternativa aos fármacos no tratamento de doenças. Os nutracêuticos podem ser usados para prevenir e tratar doenças, além de estimularem o funcionamento ideal do corpo humano.
Como surgiram?
Os avanços na área da biotecnologia (por meio de engenharia genética especialmente) nos últimos tempos levou a diversos produtos nutracêuticos melhorados (em quantidade e qualidade).
Principais aplicações
Arroz dourado (arroz que sintetiza β-caroteno, molécula precursora da vitamina A); aumento da síntese de flavonóides em plantas transgênicas (esses flavonóides funcionam como antioxidantes que combatem espécies reativas a oxigênio que são prejudiciais à saúde).
Terapia gênica
O que é?
A terapia gênica é uma abordagem da engenharia genética que utiliza genes principalmente para tratar doenças, envolvendo técnicas de manipulação genética como como inserção, substituição ou edição de genes em células do paciente a fim de substituir genes danificados/ausentes por genes saudáveis, podendo ser uma alternativa de tratamento para doenças hereditárias (hemofilia) e adquiridas (leucemia)
Como surgiu?
Os primeiros conceitos acerca de terapia gênica surgiram entre os anos de 1960 e 1970 juntamente com a ascensão da engenharia genética como ferramenta de manipulação de genes e técnicas como DNA recombinante forneceram um arsenal para que a terapia gênica se tornasse realidade
Principais aplicações
Tratamento de doenças neurológicas, visando principalmente introduzir, substituir ou modificar genes que estejam ausentes ou que não estejam funcionando corretamente, mostrando-se um meio de tratamento promissor para condições como Alzheimer e doença de Parkinson
Impressão de órgãos
O que são?
A impressão de órgãos, ou bioimpressão 3D, é uma tecnologia inovadora que permite a criação de estruturas biológicas tridimensionais utilizando células vivas e biomateriais. Esse processo visa a fabricação de tecidos e órgãos funcionais para transplantes, testes farmacológicos e pesquisas biomédicas.
Como surgiu?
A bioimpressão teve origem na década de 1980 com os avanços da impressão 3D, mas só começou a ser aplicada na área médica nos anos 2000. O primeiro tecido humano impresso foi desenvolvido em 2010, e desde então, pesquisadores têm trabalhado para criar órgãos complexos, como fígados, rins e corações artificiais.
Principais aplicações
A bioimpressão é usada na engenharia de tecidos para desenvolver pele para enxertos, cartilagens, vasos sanguíneos e até órgãos em estágio experimental. Além disso, é aplicada em testes de novos medicamentos e estudos sobre doenças, reduzindo a necessidade de experimentação animal.
Biofármacos
O que são?
Os biofármacos são medicamentos produzidos a partir de organismos vivos, como células, bactérias e leveduras, por meio de biotecnologia. Esses fármacos incluem anticorpos monoclonais, hormônios, vacinas e proteínas recombinantes, sendo amplamente utilizados no tratamento de diversas doenças.
Como surgiram?
O desenvolvimento dos biofármacos teve início com a produção da insulina recombinante em 1982, tornando-se o primeiro medicamento biotecnológico aprovado para uso humano. Desde então, a engenharia genética e a biotecnologia avançaram significativamente, permitindo a criação de terapias inovadoras, como os anticorpos monoclonais e os medicamentos baseados em RNA mensageiro.
Principais aplicações
Os biofármacos são utilizados no tratamento de doenças autoimunes (como artrite reumatoide e esclerose múltipla), câncer, doenças infecciosas (como hepatite e COVID-19) e distúrbios metabólicos. Além disso, seu uso vem crescendo na terapia gênica e celular, trazendo novas possibilidades para a medicina personalizada.
Referências
COSTA, A. C. et al. Biofármacos no Brasil: uma revisão do processo de regulamentação. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, v. 64, n. 2, p. 147-152, 2019. Disponível em: https://arquivosmedicos.fcmsantacasasp.edu.br/index.php/AMSCSP/article/view/602. Acesso em: 2 abr. 2025.
FRIEDMANN, Theodore. A brief history of gene therapy. Nature, [s. l.], v. 2, p. 93-98, 1992.
KÖHLER, G.; MILSTEIN, C. Continuous cultures of fused cells secreting antibody of predefined specificity. Nature, v. 256, n. 5517, p. 495–497, 1975. Disponível em: https://www.nature.com/articles/256495a0. Acesso em: 2 abr. 2025.
MIRSHAFIEI, Mojdeh; RASHEDI, Hamid; YAZDIAN, Fatemeh; RAHDAR, Abbas; BAINO, Francesco. Advancements in tissue and organ 3D bioprinting: Current techniques, applications, and future perspectives. Materials & Design, v. 240, p. 112853, abr. 2024. DOI: 10.1016/j.matdes.2024.112853. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.matdes.2024.112853. Acesso em: 04 abr. 2025.
NETO, Rosiclerk Ottilo Cavassani et al. Avanços na Terapia Gênica para Doenças Neurológicas: Promessas e Desafios. Razilian Journal of Implantologyand Health Sciences, [s. l.], v. 6, n. 9, p. 381-399, 2024. Acesso: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/3351/3493
RAJAK, N.; TIWARI, A.; KUMAR, P.; GARG, N. Overview on nutraceuticals and biotechnology. In: INAMUDDIN, (et al.). Nutraceuticals. 1. ed. 2023.
Recent Advances in Additive Manufacturing and 3D Bioprinting for Organs and Organoids” Frontiers in Bioengineering and Biotechnology, volume 10, artigo 837087, 2022. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fbioe.2022.837087/full.
RIEDEL, S. Edward Jenner and the history of smallpox and vaccination. Proceedings (Baylor University Medical Center), v. 18, n. 1, p. 21–25, 2005. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1200696/. Acesso em: 2 abr. 2025.
SALERNO, Mário; FERRAZ, Isabella Coelho. Biofármacos no Brasil: características, importância e delineamento de políticas públicas para seu desenvolvimento. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2018. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/8522. Acesso em: 2 abr. 2025.
SOLOMON, Benjamin. “Gene Therapy.” Genome.gov, National Human Genome Research Institute, 2019, www.genome.gov/genetics-glossary/Gene-Therapy.
