A SÃO REMO

Comunidade da favela São Remo, situada a oeste da cidade de São Paulo – SP, composta por 2.496 famílias (IBGE, 2019). A São Remo surgiu como um alojamento provisório dos trabalhadores migrantes à São Paulo, absorvidos como mão de obra à construção do Campus Butantã – USP. Quando a obra se encerrou, os trabalhadores se fixaram no local, surgindo, assim, a São Remo e com ela suas lutas pela propriedade da terra e melhorias. Se no início a mediação se dava pela absorção de mão de obra para a construção do campus, hoje se dá na oferta dos postos de trabalho em serviços gerais nas unidades da USP. O “Diagnóstico preliminar sócio territorial do assentamento São Remo”, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), de 2016, aponta que 70% das moradias têm ao menos um trabalhador dentro da USP. A escolaridade e a formação técnica é baixa em toda a comunidade, permeada pelo estigma da violência e da criminalidade atribuído às favelas e mediados pelas relações de trabalho.

A São Remo compreende uma área de 82.000.000 m2, em terreno contíguo à Cidade Universitária, sede da Universidade de São Paulo (SEHAB/HABITASAMPA, 2016). 

Entre os empecilhos que dificultam a disposição adequada dos resíduos – núcleo do presente Projeto, encontra-se a ausência de um sistema de coleta que atenda tais espaços de forma integral. Em muitos locais, o relevo íngreme e o estreitamento das vias de acesso dificultam o fluxo do veículo de coleta, fator que implica na disposição dos resíduos a céu aberto em vias públicas, quintais, encostas e terrenos baldios. A situação de saúde, nestes locais, pode ser agravada pela disposição inadequada de resíduos, uma vez que diversas doenças, como a leptospirose, disenteria, dengue, giardíase e toxoplasmose, são transmitidas por vetores (ratos, moscas, mosquitos, baratas e aves) relacionados aos RSU.

O Concurso “A vitrine do nosso mundo” foi um meio para  a leitura sobre território do ponto de vista dos moradores, além das reuniões realizadas com a Comunidade, que permitiram uma leitura parcial, além da estruturação do plano estratégico.