Há 119 anos nascia Albert Sabin, o cientista que revolucionou a saúde pública com a vacina oral contra a poliomielite, uma inovação simples, acessível e capaz de transformar o destino de milhões de crianças no mundo. Seu legado permanece vivo, inspirando os caminhos da ciência aplicada e da inovação em saúde até os dias de hoje.
Texto por Profa. Dra. Vanessa Carregaro Pereira – Imunologista, Professora da FMRP-USP e pesquisadora do CRID
Em 26 de agosto de 1906, nasceu Albert Sabin, o pesquisador que desenvolveu uma das inovações mais impactantes da história da medicina: a vacina oral contra a poliomielite. Ao transformar um conhecimento científico em uma solução prática, acessível e de grande escala, Sabin inaugurou um modelo de inovação em saúde que permanece como referência até hoje.
A poliomielite, doença que paralisava e matava crianças em todo o mundo, encontrou na vacina oral um caminho de superação graças a características que dialogam diretamente com os princípios da inovação: simplicidade na aplicação, baixo custo de produção e potencial de distribuição massiva. A transformação de um problema global em uma solução efetiva e replicável ilustra como a ciência aplicada pode gerar mudanças estruturais na sociedade.
O impacto dessa inovação é evidente: em 2024, o mundo registrou 312 casos de poliomielite, contra 529 no ano anterior, e em 2025 até agora já foram confirmados apenas 52 casos, concentrados em poucos países. A erradicação global está próxima, mas só será alcançada graças a novos aportes financeiros, tecnologias de monitoramento e estratégias de mobilização em larga escala.
Esse legado dialoga com os desafios contemporâneos da inovação: transformar pesquisas de ponta em soluções escaláveis, com impacto direto sobre a vida das pessoas. Assim como Sabin demonstrou que era possível transformar conhecimento em proteção global, a inovação atual deve se guiar pelo mesmo princípio: fazer da ciência uma ferramenta de futuro, capaz de gerar equidade, segurança e desenvolvimento sustentável.
