Revisão Sistemática sobre uso da Evidência

13/05/2020

Duber Ignacio Osorio Bustamante

Uso de evidências científicas na tomada de decisões políticas em saúde bucal: Revisão Sistemática

 

O uso de evidências cientificas no âmbito da tomada de decisões políticas refere-se à utilização das melhores informações disponíveis na formulação, implementação e avalição de ações relacionadas à Saúde Bucal das populações. Com este processo procura-se melhorar a compreensão dos problemas e dar uma direção política adequada, transparente e desenvolvendo “estratégias com maior chance de sucesso para a população” (Carrer e col. 2019)

 

Na literatura tem sido identificados três tipos de uso de evidências (Beyer,1997 em Amara, 2004): Conceitual: Para fornecer uma compreensão (enlightenment) geral de determinado contexto; Instrumental:  Quando as evidências são utilizadas com intenções específicas, integradas diretamente ao processo de tomada de decisão, com uma perspectiva de resolução de problemas e Simbólico: Procurando apenas validar e apoiar decisões já tomadas (posições predeterminadas).

Assim mesmo, os processos políticos estão inseridos em contextos complexos e sob a influência de fatores institucionais (estrutura do Estado, legados políticos, normas, leis), grupos de interesse (grêmios, partidos políticos, organizações civis), ideias (conhecimentos científicos, valores culturais) e fatores externos (influências internacionais, mudanças econômicas, novas doenças). (Levis e cols, 2012). As evidências científicas fazem parte das ideias. Igualmente, estes fatores estão em constante interação e, segundo o contexto, um ou outro pode ter maior ou menor influência na tomada de decisões e é assim que, no âmbito político, as evidências cientificas enfrentam múltiplos fatores que se constituem em barreiras ou facilitadores para o seu uso.

O estudo do uso de evidências nas políticas de saúde bucal é emergente; identificar a produção científica, os possíveis usos e as barreiras e facilitadores para sua utilização contribuirá ao conhecimento deste campo, visando que a tomada de decisões políticas em saúde bucal esteja baseada nas melhores informações disponíveis e favoreça a saúde das populações.

Referências:

  • Carrer FC de A, Junior GAP, Araújo ME, Silva DP da, Gabriel M, Galante ML. SUS e Saúde Bucal no Brasil: Por um Futuro com Motivos para Sorrir [Internet]. 1st ed. Faculdade de Odontologia da USP. São Paulo; 2019. 157 p. Available from: http://www.fo.usp.br/wp-content/uploads/2019/01/SUS-e-a-Saúde-Bucal-no-Brasil.pdf
  • Amara N, Ouimet M, Landry R. New evidence on instrumental, conceptual, and symbolic utilization of university research in government agencies. Sci Commun. 2004;26(1):75–106.
  • Lavis JN, Røttingen JA, Bosch-Capblanch X, Atun R, El-Jardali F, Gilson L, et al. Guidance for evidence-informed policies about health systems: Linking guidance development to policy development. PLoS Med. 2012;9(3).

Link para download da Dissertação: "Recursos humanos em odontologia no Brasil e na Colômbia: análise comparativa sob a perspectiva do institucionalismo histórico"