PERÍODO: 1894-1974

1894

– Nasce Fernando de  Azevedo, em São Gonçalo do Sapucaí, Minas Gerais, a 2 de abril, terceiro filho de Sara de Lemos Almeida e Francisco Eugênio de Azevedo. Avós maternos: Francisca Lemos – de tradicional família do Sul de Minas __ e Domingos Corrêa de Almeida __  imigrante português. E, por parte de seu pai: Emerenciana Botelho Junqueira de Azevedo e Francisco Eugênio Procópio Junqueira de Azevedo – ambos de tradicionais e abastadas famílias do Rio de Janeiro.

 

1901

– Realiza os primeiros estudos no Colégio Francisco Lentz, em São Gonçalo, onde já se destaca como aluno estudioso e inquieto.

 

1903-09

– Faz o curso ginasial no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, sob a direção de padres jesuítas. Continua a se destacar como bom aluno e também na prática de esporte, recebendo prêmios e medalhas.

 

1909-1914

– Sua família passa por crise financeira e os jesuítas permitem que continue seus estudos gratuitamente. Soma-se a isto grave enfermidade que o leva a uma crise espiritual e culmina com a decisão de assumir a vocação para ser padre jesuíta. Inicia o noviciado em Campanha, sul de Minas, onde chega a fazer votos.

– Em 1913, vai para o Colégio São Luís, em Itu, onde começa a carreira no magistério e descobre sua verdadeira vocação, a de professor.

 

1914

– Deixa a Companhia de Jesus e muda-se para o Rio de Janeiro, onde se matricula na Faculdade de Direito, transferindo-se depois para Belo Horizonte.

– Nomeado para as cadeiras de Latim e de Psicologia, do Ginásio do Estado, em Belo  Horizonte, onde leciona até 1917.

 

1915

– Apresentou ao governo mineiro um projeto de lei tornando a Educação Física obrigatória nas escolas. A proposta foi aprovada e Fernando de Azevedo inscreveu-se para disputar, em concurso, a cadeira de Educação Física.

Entre 1915 e 1916 viajou ao Rio de Janeiro onde ocupou o cargo de conferente do Lóide Brasileiro, permanecendo nessa cidade aproximadamente um ano. Ficou noivo de Lacy Monteiro de Souza, marcando casamento para dezembro de 1916.

 

1916

– Apóia, como jornalista, a candidatura de Rui Barbosa à Presidência da República.

– Nomeado bibliotecário do Ginásio do Estado em Belo Horizonte, continuando ainda com o magistério. Observando, nesse Ginásio, as aulas de Educação Física, apresenta ao governo mineiro um projeto de lei tornando a Educação Física obrigatória nas escolas oficiais e particulares em todos os níveis de ensino e fazendo dessa matéria um meio de aperfeiçoamento físico e mental do aluno. A proposta é aprovada pela Câmara Estadual dos Deputados e Fernando de Azevedo se inscreve para disputar em concurso a cadeira de Educação Física, obtendo o primeiro lugar. No entanto, por motivos políticos, não é nomeado.

– Em dezembro três dias após desfazer o noivado com Lacy de Souza, conheceu Elisa Assunção de Amarante Cruz em Cambuquira- MG.

– Publica: A poesia do corpo (título modificado, na 2.ed., para Da Educação Física em 1920), tese com que participou do concurso de professor da Cadeira de Educação Física do Ginásio do Estado de Belo Horizonte.

 

1917

– Volta ao Rio de Janeiro onde ocupa o cargo de Conferente do Lóide Brasileiro. Entra em contato com os estivadores do cais do porto e com os livros de Emile Durkheim que despertam suas preocupações sociais iniciando estudos de Sociologia.

– Em 22 de fevereiro, fica noivo de Elisa Assunção do Amarante Cruz, de tradicional família paulista, com quem se casa no civil, a 7 de setembro e, no religioso, a 4 de outubro desse mesmo ano. O casal terá quatro filhos: Lívia, Lóllia, Fábio, e Clélia.

– Por vontade da família da mulher, muda-se para São Paulo, o que Fernando de Azevedo considerou uma felicidade, pois foi onde se realizou no magistério, no jornalismo e como homem público. Em São Paulo dá aulas de Latim no Ginásio Anglo-Brasileiro, hoje Colégio São Luís, e para alunos particulares.

 

1918

– Termina o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco em São Paulo.

– Torna-se amigo de Alarico da Silveira, então diretor do Arquivo da Municipalidade.

 

1919

– Eleito em 15 de janeiro para o cargo de 1º Secretário da Sociedade Eugênica de São Paulo, onde profere a conferência “O segredo da Maratona”, publicada posteriormente em seu livro Antinoüs.

– Nasce  sua filha Lívia, em São Paulo, a 15 de dezembro.

 

1920

Conhece Lourenço Filho e, com ele, inicia carreira no ensino normal paulista.

– Publica : Da Educação Física, em que reúne A poesia do corpo e Antinoüs.

 

1921

– Nomeado professor, em 31 de janeiro, para a cadeira de Latim e Literatura da Escola Normal de São Paulo (SP).

– Escolhido como paraninfo da turma de bacharelandos do Ginásio Anglo-Brasileiro, hoje Colégio São Luís, cuja solenidade se realiza no salão do Mappin Stores em 18 de novembro.

 

1922

– Nasce sua filha Lóllia em 12 de outubro.

– Viaja, em dezembro, para a fazenda de José Lannes em Pirajuí (SP) para descansar e tratar da saúde.

 

1923

– Recebe carta de Coelho Neto que o aconselha a se candidatar à Academia Brasileira de Letras.

– Profere a conferência “A lição da Grécia” na inauguração das competições atléticas promovidas pela Escola de Cultura Física de Ribeirão Preto.

– Publica: No tempo de Petrônio.

 

1924-1926

– Trabalha, como redator e crítico literário, no jornal O Estado de S. Paulo, na coluna: Ensaios. Ali, a pedido de Júlio Mesquita Filho, preside a dois inquéritos:

1) sobre a Arquitetura Colonial Brasileira;

2) sobre a Educação Pública em São Paulo, abordando os problemas fundamentais do ensino em todos os graus e tipos, iniciando campanha para um nova política de educação e criação de universidades no Brasil.

– O resultado desse inquérito é publicado por Fernando de Azevedo em 1937, sob o título A Educação Pública em São Paulo, modificado na 2. edição, para: A Educação na encruzilhada.

 

1924

– Discursa em nome da Congregação da Escola Normal de São Paulo na festa realizada em homenagem a Carlos de Campos, Presidente do Estado, em 19 de março.

– É convidado pela Prefeitura do Município de São Paulo para elaborar um projeto de construção da primeira praça de jogos infantis, no Ipiranga, juntamente com Mário Cardim e Domício Pacheco e Silva, trabalho que publica como apêndice, na 3.edição de sua obra Da Educação Física, em 1960.

– Recebe a visita de Coelho Neto que volta a insistir para que se fizesse candidato à Academia Brasileira de Letras.

– Publica: Jardins de Salústio.

 

1925

– Nomeado, em 18 de junho, professor da 3ª cadeira de Latim da Escola Normal da Capital.

– Publica O segredo da Renascença e outras conferências.

 

1926

– Inicia  campanha pela fundação da USP.

– Fica amigo de Oscar Freire, Artur Neiva e Rocha Lima.

– Falece seu sogro, Amarante Cruz.

– Nasce seu filho Fábio, em São Paulo, a 30 de maio.

 

1927-1930

– Nomeado Diretor Geral da Instrução Pública do Distrito Federal, no dia 17 de janeiro de 1927, por indicação de Washington Luís e sugestão de Renato Jardim.

– Inicia a Reforma da Instrução Pública do Distrito Federal que, somente depois de muita discussão, é transformada em lei pela Câmara Municipal do DF em 23 de janeiro de 1929.

– Conta com a colaboração de Frota Pessoa e Renato Jardim. Escolhe para subdiretor administrativo, Frota Pessoa e para subdiretor técnico, Vicente Licínio Cardoso. Com a exoneração deste, por motivo de saúde, indica para substituí-lo, o historiador e professor Jonatas Serrano.

Essa reforma visava à descentralização dos serviços, implantação de regime de concurso para todos os cargos, construção de escolas primárias e profissionais e  reorganização da Escola Normal, que deveria apresentar:

1) remodelação do quadro de professores;

2) reorganização dos cursos, com predominância das matérias básicas e aplicação de novas técnicas de ensino;

3) construção e aparelhamento de novos edifícios inclusive a instalação da velha Escola Normal à Rua Mariz e Barros, hoje Instituto de Educação.

Era prefeito do Distrito Federal Antônio Prado Júnior.  

 

1927

– Em abril, sua família se muda para o Rio de Janeiro.

– Assume a direção do Recenseamento Escolar do Distrito Federal (23/03 a 29/04), que resultou na constatação de que o Rio de Janeiro não dava Ensino Primário senão a pouco mais da metade das crianças em idade escolar.

– Conhece Roquette-Pinto por intermédio de Francisco Venâncio Filho, que o auxiliou a procurar local para a construção dos edifícios do Instituto de Educação do Rio de Janeiro.

– Publica: Instrução pública no Distrito Federal e Páginas latinas juntamente com Francisco Azzi .

 

1928

– Introduz a cadeira de Sociologia na Escola Normal do Distrito Federal.

– Recebe, em 22 de novembro, uma pá de pedreiro de prata, como lembrança do lançamento da pedra fundamental da Escola Normal do Distrito Federal.

 

1929

– Nasce sua filha Clélia, no Rio de Janeiro, a 23 de janeiro.

– Em junho, conhece Anísio Teixeira, que acompanhado de Eduardo Agostini, lhe trazia carta de Monteiro Lobato então nos EUA.

– Morre sua mãe, D. Sara de Almeida Azevedo, em 9 de maio.

– Publica: Ensaio (intitulado, na 2. Edição, Máscaras e Retratos, em 1962) e A reforma do ensino do Distrito Federal.

 

1930

– Recebe uma delegação de professores uruguaios para a inauguração da Escola Uruguai do Rio de Janeiro em 19 de julho.

– Participa da 1ª Conferência Educacional de Diretores de Instrução Pública, realizada no Rio de Janeiro de 22 de setembro a 1 de outubro .

– Recebe o convite de Lourenço Filho, em fins de 1930 para lecionar Sociologia no Curso de Aperfeiçoamento da Escola Normal de São Paulo.

– Publica: A evolução do esporte no Brasil.

 

1931-1946

– Retorna a São Paulo e prossegue seu trabalho de pedagogo e jornalista.

– Funda, organiza e dirige, na Cia. Editora Nacional, duas importantes iniciativas editoriais: a Biblioteca Pedagógica Brasileira (B.P.B.) e a Coleção Brasiliana ambas lançadas em 1931. Durante sua gestão (1931 – 1946), a Coleção Brasiliana publicou 286 volumes, obras de autores brasileiros e estrangeiros, inéditas ou esgotadas, em suma, desconhecidas do grande público.

 

1931

– Nomeado, em 13 de fevereiro, professor catedrático da 4ª cadeira (Sociologia) do Curso de Aperfeiçoamento do Instituto Pedagógico de São Paulo.

– Publica: Novos caminhos e novos fins.

 

1932

– Trabalha no jornal O Estado de S. Paulo, no Departamento de Publicidade e Propaganda, sob a direção de Plínio Barreto.

– Participa, como Delegado d’O Estado de S.Paulo, na 5ª Conferência Nacional de Educação, realizada em Niterói, promovida pela Associação Brasileira de Educação ABE e patrocinada pelo Interventor do Estado do Rio de Janeiro, Comandante Ari Parreira, em dez.1932/jan.1933.

– Redator e primeiro signatário do Manisfesto dos Pioneiros da Educação Nova: a reconstrução educacional no Brasil, em que se lançaram as bases e as diretrizes de uma nova política  de educação.

– Por seu posicionamento em defesa  da escola pública, laica e gratuita  Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Celina Padilha são taxados de ”comunistas”, pelos educadores católicos.

– Realiza, em julho, conferência radiofônica sobre o papel dos educadores na Revolução de 1932 intitulada: “Educadores do Brasil”.

– Convidado pelo Interventor Militar no Estado de  São Paulo, General de Divisão Waldomiro Lima, para o cargo de Diretor Geral da Instrução Pública.  Recusa, mas, a pedido de Armando de Salles Oliveira, acaba por aceitar.  É nomeado em 27 de dezembro.

 

1933

– Permanece no cargo de Diretor da Instrução Pública de São Paulo de janeiro a julho.

– Nomeado Professor-Chefe da 4ª seção: Sociologia Educacional da Escola de Professores do Instituto de Educação em 21 de fevereiro.

– Realiza o Código de Educação, que se transforma em decreto-lei n.º5.884 a 21 de abril e que implica nas seguintes reformas:

1) Restruturação do Curso Normal, que só passaria a ser dado após o ginásio;

2) Organização da escola de Educação Física; obrigatoriedade desta matéria nas escolas públicas e particulares;

3) Reorganização do quadro de inspetores escolares e definição de suas funções;

4) Revisão do processo de seleção e transferência de professores.

– Implanta como Diretor Geral da Instrução Pública do Departamento do Estado de São Paulo, o ensino de Sociologia em todas as Escolas Normais do Estado.

– Em 21 de abril, é nomeado por Waldomiro Castilho de Lima para o cargo de Diretor do Instituto de Educação de São Paulo.

– Morre seu pai, Francisco Eugênio de Azevedo a 29 de agosto.

 

1934-1938

– Diretor do Instituto de Educação da USP, incorporado em 1934 à Universidade de São Paulo.

– Membro do Conselho Universitário da USP.

 

1934

– Redige, a pedido de Paulo Duarte, chefe de gabinete do prefeito da cidade de São Paulo, Fábio Prado, o Decreto-lei que criou o Departamento de Cultura de São Paulo, cuja direção é confiada a Mário de Andrade.

– Armando de Salles Oliveira é nomeado interventor em São Paulo e a volta de exilados políticos, entre eles Júlio de Mesquita Filho, possibilita a concretização da idéia da criação da Universidade, que já haviam lançado em 1923.

– Elabora o projeto de decreto-lei que cria a Universidade de São Paulo e a Faculdade de Filosofia, participando como relator da Comissão encarregada de sua redação final (decreto-lei de 25 janeiro de 1934).

– Participa de uma festa de solidariedade entre os educadores realizada no Rio de Janeiro, em 19 de julho, na Associação Brasileira de Educação __ ABE.

– Lançada a tradução para o espanhol de sua obra No tempo de Petrônio.

 

1935

– Realiza uma série de conferências na Universidade do Paraná sobre a unidade nacional.

– Nomeado por Gustavo Capanena, membro da Delegação do Ministério da Educação e Saúde Pública ao Congresso de Educação que se realizou em junho.

– Preside e é um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Sociologia.

– Publica: Princípios de Sociologia.

 

1936

– Realiza uma série de conferências na Faculdade de Direito da USP nos dias 23, 27 e 30 de outubro, a convite do Diretor.

 

1937

– Publica: A educação pública em São Paulo, problemas e discussões  e A educação e seus problemas.

 

1938

– Homenageado pela Associação Brasileira de Educação __ ABE por ocasião do 10º aniversário da Lei de 23 de janeiro de 1928, que instituiu a Reforma da Instrução Pública do Distrito Federal em 24 de janeiro.

– Toma posse como Presidente da Associação Brasileira de Educação __ ABE, em 19 de dezembro .

– Eleito, na ABE, Presidente da VIII Conferência Mundial da Educação (que não se realizou devido à 2ª Guerra Mundial).

– Nomeado,  pelo presidente Getúlio Vargas, presidente da Comissão Censitária Nacional (Censo de 1940) por indicação do Instituto Nacional de Estatística, cargo ao qual declinou alegando motivos de saúde e familiares (21/03/38), tendo sido substituído pelo Prof. José Carneiro Felipe.  A pedido de Teixeira de Freitas, Fernando de Azevedo começa a escrever A cultura brasileira, como introdução aos volumes que continham os dados do Recenseamento de 1940.

– É extinto o Instituto de Educação de São Paulo, por decreto de 25 de junho, e Fernando de Azevedo, diretor, e o corpo docente são transferidos para a Faculdade de Filosofia da USP.

 

1939

– Paraninfa os formandos do Conservatório Dramático Musical de São Paulo, em solenidade no Teatro Municipal, a 04 de janeiro.

 

1940

– Publica: Sociologia Educacional.

 

1941-1943

– Nomeado Diretor da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, pelo Secretário da Educação, José Rodrigues Alves Sobrinho.

– Organiza a Congregação da F.F.C.L., chegando a propor a representação de alunos, o que não foi aceito.

– Instala o CTA Conselho Técnico e Administrativo da FFCL-USP.

1941

– Toma posse no cargo de Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras-USP, a 19 de julho.

– Ocorrem mudanças no ensino de Sociologia da FFCL-USP. A 1ª e 2ª cadeiras de Sociologia são reunidas numa só, a cargo do Prof. Roger Bastide, passando o Prof. Paul Arbousse Bastide para a Cadeira de Política e  Fernando de Azevedo  continua com a Cadeira de Sociologia Educacional.

– Homenageado pela sua nomeação como Diretor da FFCL-USP, com um banquete realizado no Automóvel Clube oferecido pelos professores e estudantes desta faculdade, em 3 de setembro.

 

1942

– Escolhido paraninfo da turma de 1941 da Faculdade de Filosofia da USP, cuja cerimônia se realiza no dia 27 de janeiro.

– Recebe aulas de pilotagem no Campo de Marte em São Paulo, na Escola de Aviação Camargo (15/04/1942 a 17/02/1943)

– Obtem o brevê de piloto em 1º de dezembro.

– Extinta a cadeira de Sociologia Educacional, que estava a cargo do Prof. Fernando de Azevedo. O ensino de Sociologia passou a ser ministrado em duas cadeiras, denominadas Sociologia I e Sociologia II, cujo titulares eram respectivamente: o Prof. Roger Bastide e o Prof. Fernando de Azevedo.

– Sai a tradução de sua obra Sociologia educacional para o espanhol.

 

1943

– Recebe a carta de piloto de aeronave  de recreio ou desporto em 12 de abril, juntamente com a caderneta de vôo .

– Sai da Diretoria da FFCL-USP em 1º de junho, por problemas com o Reitor Jorge Americano.

– Publica: A cultura brasileira e Velha e nova política.

 

1944

– Publica: Universidades no mundo do futuro.

 

1945

– Recebe da Academia Brasileira de Letras, a 29 de junho, o “Prêmio Machado de Assis”, pelo conjunto de sua obra e, particularmente, pelo livro: A cultura brasileira.

-Homenageado, em 8 de dezembro, pelos professores e alunos do Instituto de Educação do Rio de Janeiro com a inauguração de seu retrato, na galeria de retratos de Diretores do Instituto e discursos  em sessão solene no auditório da Instituição. Participaram autoridades, educadores, professores e alunos.

– Publica: As técnicas de produção do livro e as relações entre mestres e discípulos.

 

1946

Publica: Seguindo meu caminho.

 

1947-1961

– Professor-Chefe do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia da USP.

– Em 1948 é criado o Departamento de Sociologia e Antropologia que congregava as seguintes cadeiras: Sociologia(I), Sociologia II, Política e Antropologia. O Departamento era dirigido pelos professores e assistentes das diversas cadeiras que o constituíam, reunidos em um conselho, denominado Conselho de Professores.  Esse Conselho era presidido por um professor eleito, anualmente, e que exercia a função de Chefe do Departamento. De 1947 até aposentar-se, Fernando de Azevedo ocupa o cargo de Chefe do Departamento.

 

1947

– Nomeado para o cargo de Secretário da Educação e Saúde do Estado de São Paulo,  pelo Governador do Estado, Ademar de Barros, a 25 de abril.

– Professores e assistentes da FFCL-USP oferecem a Fernando de Azevedo jantar de homenagem pela sua nomeação como Secretário da Educação e Saúde,  em 25 de junho.

– Participa, como Secretário da Educação e Saúde, juntamente com o Governador de São Paulo, do lançamento da pedra fundamental do prédio destinado à Escola de Aplicação em 27 de julho.

– A  Cadeira de Sociologia II, regida por Fernando de Azevedo, é posta em regime de tempo integral em 1947.

– Pede sua exoneração do cargo de Secretário da Educação e Saúde do Estado de São Paulo, em 30 de julho.

– A convite do Secretário da Educação e do Governador de Minas Gerais,  Milton Campos, vai a Belo Horizonte realizar uma série de conferências no período de 23 a 30 de outubro.

– Publica: As universidades no mundo de amanhã.

 

1948

– A convite do Secretário da Educação de Minas Gerais e do Governador Milton Campos, volta novamente a Belo Horizonte, em fevereiro, onde realiza duas conferências no Curso de Férias para Professores do Ensino Secundário.

– Publica: Canaviais e engenhos na vida política do Brasil.

 

1949

– A convite do Governo da Bahia, pronuncia conferência a 10 de novembro, no Fórum Ruy Barbosa, evento integrante das festas comemorativas do centenário de nascimento desse escritor.

– Publica: Ruy e o humanismo.

 

1950

– Eleito, no Congresso Mundial de Sociologia em Zurich, Vice-Presidente da I.S.A. International Sociological Association, cargo que assumiu com os outros dois vice-presidentes: Morris Ginsberg da Inglaterra e Georges Davy da França. Com a morte do Presidente Louis Werthi, da Universidade de Chicago, os três assumem a direção da I.S.A até 1953.

– Designado pela Congregação da FFCL-USP para fazer discurso de recepção da Congregação aos licenciados no I Congresso de Ex-alunos da FFCL-USP, que é publicado  em O Estado de S. Paulo, em 4 de julho.

– Paraninfa  a turma de formandos de 1950 da Faculdade de Filosofia da USP, em 27 de dezembro.

– Publica: Um trem corre para o oeste e sai a tradução para o inglês de sua obra A cultura brasileira

 

1951

– Recebe o título de Sócio-Honorário do Centro Cultural Boliviano-Brasileiro.

– Paraninfa os formandos da Faculdade de Filosofia – USP da turma de 1951, a 27 de dezembro.

1952

– Homenageado com a inclusão de seu retrato na galeria de retratos de educadores da Escola Normal Puríssimo Coração de Maria de Rio Claro (SP).

– Publica : Na batalha do humanismo e outras conferências.

 

1953

– Publica : Em memória do comandante Murilo Marx

 

1954

– Prepara e organiza, com os demais membros da direção da Sociedade Brasileira de Sociologia, o I Congresso Brasileiro de Sociologia que teve o patrocínio da Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo.

– Recebe a 12 de junho, do Governo francês, a Cruz de Oficial  da Legião de Honra da França, entregue pelo cônsul francês em São Paulo, Paul de Lehelec, em homenagem ao pedagogo e ao sociólogo e como reconhecimento de serviços prestados à Associação Cultural Franco-Brasileira.

 

1955-1961

– Nomeado pelo diretor do INEP,  Anísio Teixeira, Diretor do Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo. Instala o CRPE-SP na Cidade Universitária, cuidando pessoalmente de toda a obra.

– Faz publicar, através deste Centro, a revista Pesquisa ePlanejamento e a série Estudos e documentos.

 

1955

– Inaugura, a 23 de agosto, o Centro Cultural Brasil-Israel de São Paulo, do qual é o primeiro Presidente, ficando no cargo até a extinção desse Centro, em 1970.

– Organiza e publica As ciências no Brasil, obra conjunta de 13 cientistas e com uma introdução de Fernando de Azevedo.

 

1956

– Inaugura o Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo, a 9 de julho.

– Participa do I Congresso Estadual de Educação que se realizou em Ribeirão Preto, por iniciativa do Governo Estadual de São Paulo, em setembro.

– Participa do inquérito promovido pela Folha da Tarde  sobre o problema do meretrício, com um depoimento que intitulou: A verdade humilde, em 28 de novembro.

– Publica: Discurso sobre Israel.

 

1957

– Participa de reuniões realizadas no auditório da Biblioteca Municipal de São Paulo pelo movimento de arregimentação feminina para debate sobre o projeto de reforma do ensino secundário.

– Revisa e publica Pequeno dicionário latino-português, obra conjunta de vários autores.

 

1958

– Publica: A educação entre dois mundos.

 

 

1959

– Redige e é primeiro signatário do Manisfesto ao povo e ao governo: mais uma vez convocados, publicado em 1º de julho, combatendo o ante-projeto apresentado por Carlos Lacerda que modificava a Lei de Diretrizes e Bases em votação na Câmara dos Deputados. Esse manifesto, assinado por 180 educadores, cientistas e escritores, teve larga repercussão não só no Brasil como também em todos os países da América Latina, onde foi amplamente divulgado em revistas e jornais.

 

1960

– Publica: Figuras de meu convívio.

 

1961

– Escolhido paraninfo da 1ª turma de licenciados pela Faculdade de Filosofia de São José do Rio Preto, cuja solenidade se realiza em março.

– Ocupa o cargo de Secretário Municipal da Educação e Cultura durante a gestão do Prefeito Prestes Maia. Toma posse do cargo a 14 de abril.

– Promove, como Secretário da Educação Municipal, o I Ciclo de Conferências e Debates, de agosto a novembro, com vistas ao estudo de problemas educacionais, artísticos, literários e científicos.

– E eleito para a Academia Paulista de Letras, em julho, não foi empossado, por tomarem conhecimento os acadêmicos, de que, em seu discurso de posse, defendia a participação de escritoras na Academia.

– Pede exoneração do cargo de Secretário Municipal da Educação e Saúde em 21 de setembro.

– Aposenta-se como professor catedrático de Sociologia da FFCL-USP, depois de 41 anos de magistério.  Os amigos e ex-alunos o homenageiam, com um banquete no Automóvel Club de São Paulo, a 28 de novembro.

– Eleito Professor Emérito da USP.

 

1962

– Publica: A cidade e o campo na civilização industrial e outros estudos.

 

1964

– Recebe o título de “Professor Emérito” da FFCL-USP, sendo saudado pelo Prof. João Cruz Costa  em sessão solene da Congregação, realizada em 10 de setembro.

– Recebe, em 30 de setembro, o Prêmio de Educação Visconde de Porto Seguro, conferido pela Fundação Visconde de Porto Seguro de São Paulo a personalidades brasileiras que mais se destacaram no campo da Educação.

– Sai publicada pela Fundação Visconde de Porto Seguro a obra: Fernando de Azevedo e a renovação da Educação, que contém os discursos proferidos por ocasião da entrega do Prêmio de Educação Visconde de Porto Seguro .

– Recebe o Prêmio Jaboti, na categoria “Personalidade Literária do Ano” conferido pela Câmara Brasileira do Livro e Instituto Nacional do Livro, a 30 de outubro.

 

1965

– Elabora uma declaração de princípios e de solidariedade aos professores Mário Schemberg, João Cruz Costa, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e ao estudante Fuad Saad, ex-presidente de Grêmio da FFCL-USP, indiciados pela polícia como subversivos e com mandato de prisão preventiva decretado. A proposta foi aprovada unanimemente na sessão de 13 de abril pela Congregação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.

 

1967

– Recebe o título de “Cidadão Paulistano”, em 30 de abril, da Câmara Municipal de São Paulo.

– Eleito a 10 de agosto para ocupar a cadeira nº14 da Academia Brasileira de Letras, na vaga de Antônio Carneiro Leão. Foi a segunda eleição feita para preencher a vaga. Na anterior, Fernando de Azevedo também venceu, mas não alcançou a maioria exigida.

– Homenageado com um banquete, por iniciativa de amigos e ex-alunos, em 21 de setembro, em comemoração a sua entrada na Academia Brasileira de Letras.

 

1968

– Toma posse na cadeira n.º14 da Academia Brasileira de Letras, a 24 de setembro, sendo saudado pelo acadêmico Cassiano Ricardo.

– São publicados pela Academia Brasileira de Letras os discursos dos acadêmicos Fernando de Azevedo e Cassiano Ricardo.

 

1969

– Eleito  para a vaga de Manfredo Leite, cadeira nº 23 da Academia Paulista de Letras, foi saudado em 24 de setembro por Paulo Nogueira Filho.

– Morre seu filho Fábio em 18 de novembro.

 

1970

– Doa seu arquivo pessoal ao Instituto de Estudos Brasileiros – USP, em 02 de março.

– Publica com vários autores o Dicionário de Sociologia.

 

1971

– Morre  sua filha Lívia a 1º de janeiro.

– Recebe o prêmio “Moinho Santista”, no setor de Ciências Sociais, no dia 30 de setembro.

– Publica: História de minha vida.

 

1972

Indicado para o Prêmio Juca Pato, como “Intelectual do Ano” (1971), prêmio promovido pela União Brasileira de Escritores, por sua obra  História de minha vida. Após um empate, que causou grande alvoroço nos meios intelectuais, o prêmio fica para o escritor Josué Montello.

 

1974

– Falece, aos oitenta anos, em São Paulo,  em 17 de setembro.