Apresentação e objetivos da pesquisa
Me chamo Caroline Cambuim Augusta, tenho 19 anos e estou no 2º ano de
Medicina Veterinária na FZEA-USP. Ingressei no GEAS na gestão de 2025, no
departamento de projetos.
Em 2023, tive a oportunidade de desenvolver um projeto de pesquisa de tema
“Avaliação da Integridade de Manguezais na Baixada Santista”, sob a orientação da
Profa. Rosane Ferrer Doimo. O projeto tinha como objetivo analisar os índices de
deterioração das áreas de manguezal da Baixada Santista ao longo das últimas
décadas, bem como compreender como o desenvolvimento humano na região
afetou a fauna e flora local.
Atividade desenvolvida
O manguezal é um ecossistema biodiverso, sendo esse um grande berçário
de vida marinha e terrestre, além de realizar sequestro de carbono e fornecer meios
de subsistência para comunidades ribeiras. Todavia, fatores como a poluição por
resíduos sólidos, exploração desenfreada dos recursos naturais e ocupação
desordenada, são responsáveis pela degradação e o desaparecimento gradual do
ecossistema.
Foram realizadas revisões sistemáticas da bibliografia, entrevistas com
líderes de projetos sociais (Ecomov, Instituto Ecofaxina e Instituto Biopesca), e
pesquisas de campo na região. Concluímos que o ecossistema sofreu uma redução
de 30,6% entre 1962 e 2001. A redução da biodiversidade local está diretamente
ligada ao o descarte irregular de resíduos, ao aterramento do ecossistema para a
construção de palafitas e a intensa exploração dos recursos naturais, sem respeitar
o ciclo de reprodução de espécies como o Caranguejo-Uçá (Ucides cordatus),
Robalo-branco (Centropomus undecimalis) e muitas outras.
Assim, a degradação desses ambientes possui profundas raízes sociais, já
que grande parte da população residente em áreas de mangue encontra-se
socialmente vulnerável e recorre à construção de palafitas por não possuírem
moradia. Assim, ONGs e instituições sociais desempenham papel fundamental na
preservação deste ecossistema por meio de ações de limpeza, educação ambiental
e assistência social a essas comunidades.
Como foi o processo seletivo
Não houve um processo seletivo. Na época eu estudava na Etec e meu curso
de Ensino Médio tinha ênfase em Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde. Um dos
pré-requisitos para a conclusão do curso era o desenvolvimento de artigos ao longo
dos 3 anos de formação. Como sempre tive interesse na área de preservação
ambiental e conservação, essa foi uma ótima oportunidade para, além de explorar a
área, desenvolver habilidades de escrita científica e pesquisa de campo.
Referências
SANTOS, Ana; FURLAN, Sueli. Manguezais da Baixada Santista, São Paulo – Brasil: uma
bibliografia. 2010. 14 p. Tese (VI Seminário Latino Americano de Geografia Física) – Universidade de
São Paulo, 2010. Disponível em: https://www.uc.pt/fluc/cegot/VISLAGF/actas/tema3/ana_lucia.
Acesso em: 21 mai. 2021.
BARBOSA, Vanessa. Impactos Ambientais no Ecossistema Manguezal Causado Pelas Ações
Antrópicas em Ipojuca. Orientador: Aldemir Dantas Barbosa. 2011. Tese (Departamento de Ciências
Geográficas e Departamento de Serviço Social) – Universidade Federal de Pernambuco, 63ª Reunião
Anual da SBPC, 2011. Disponível em:
http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/resumos/resumos/7084.htm#:~:text=In%C3%BAmeras%20ativida
des%20antr%C3%B3picas%2C%20diretas%20ou,explora%C3%A7%C3%A3o%20da%20fauna%20e
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SOAVINSKI; MARETTI; 2018. Atlas Dos Manguezais Do Brasil. Disponível em:
https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/14085/atlas%20dos_manguezais_do_
brasil.pdf. Acesso em: 25 de agosto de 2023.