Relato por Victória Sabadoto Brienze.
Olá pessoal, meu nome é Victória e estou atualmente no último ano (5°) da medicina veterinária na USP de Pirassununga – SP. Desde o meu primeiro ano tenho direcionado meus estudos para a área de animais selvagens, sendo parte do GEAS Pira desde 2021. Atualmente estou no cargo de Diretora do departamento de Pesquisa e Extensão e motivada pelo meu envolvimento com a parte acadêmica vou contar um pouco sobre minha iniciação científica.
Iniciação científica (IC)
Atualmente possuo uma IC com bolsa CNPq com a temática “Levantamento da avifauna do Campus Fernando Costa da Universidade de São Paulo e seu potencial como hotspot para birdwatching e Educação Ambiental”. Esse projeto tem como objetivo realizar um levantamento da avifauna do nosso campus por meio da utilização de equipamentos de bioacústica e observação direta.
Monitoramento acústico passivo (MAP)
Esse método é importante porque permite registrar os sons da área estudada de forma automática, sem a necessidade da presença do pesquisador o tempo todo. Isso facilita a detecção de espécies que vocalizam durante a noite ou que são mais difíceis de serem observadas diretamente.
Os gravadores foram instalados em campo e permaneceram ligados por alguns dias, captando todos os sons do ambiente. Depois, os áudios coletados foram analisados com o auxílio do software BirdNET Analyzer, que identifica as espécies presentes a partir das vocalizações. Assim, o MAP contribui para um levantamento de aves mais completo, registrando espécies que poderiam passar despercebidas no monitoramento visual.
Listas de Mackinnon
Além do uso dos gravadores, também realizamos o monitoramento direto das aves utilizando o método de listas de MacKinnon. Esse método consiste em registrar as espécies observadas ao longo de um trajeto previamente definido. A cada 10 espécies diferentes registradas, uma nova lista é iniciada, mesmo que alguma delas já tenha aparecido antes.
As observações foram feitas a olho nu, com binóculos e também pela identificação dos cantos das aves. Os registros aconteceram sempre pela manhã (06h às 08h) e no final da tarde (16h às 19h), que são os horários de maior atividade das aves. Cada trilha foi percorrida pelo menos três vezes nas estações seca (junho e julho) e chuvosa (janeiro e fevereiro), buscando registrar a maior diversidade possível de espécies ao longo do ano.
Próximos passos
Como próximos passos, irei relacionar e analisar os dados obtidos nas duas metodologias utilizadas, buscando compreender melhor a dinâmica das populações de aves dentro do campus. Além disso, será possível avaliar como as características de cada trajeto, como localização e tipo de ambiente, influenciam na diversidade de espécies encontradas.
Também está nos planos a realização de passarinhadas abertas à comunidade, com o objetivo de incentivar a prática do birdwatching dentro do campus. Essa atividade, que tem se popularizado nos últimos anos, vai além de um simples hobby, sendo uma importante ferramenta de educação ambiental e conservação da natureza.
“No final, conservamos apenas o que amamos, amamos apenas o que entendemos e entendemos apenas o que nos é ensinado.” – Jacques-Yves Cousteau