E aí, selvagens! Nesta edição de #CarreiraSelvagem temos a Vanessa Caroline da Silva juntamente com Thifany Cristini Egues Ferreira apresentando sua iniciação científica sobre “investigação de padrões bioelétricos em predadores de emboscada (Araneae: Thomisidae) por análise espectral e machine learning”, sob orientação da Prof. Dr. Camila Vieira Curti e o Prof Dr. Ernane José Xavier Costa.

APRESENTAÇÃO

Oi pessoal, meu nome é Vanessa Lobbo, também conhecida na faculdade por “Loba”.
Estou no meu quinto semestre de Zootecnia e entrei no Geas no meu primeiro semestre. No meu primeiro semestre iniciei um projeto voltado a física aplicada no LAFAC (Laboratório de física aplicada e computacional) e continuo desenvolvendo atividades desde então. Nesse projeto em expecifico, em colaboração com a prof Dr. Camila Vieira Curti, voltamos o estudo pratico da fisica aplicada para animais selvagens, mais especificamente sobre as Aranhas Thomisidae.
SOBRE O PROJETO
Os sistemas biológicos possuem um potencial de membrana em suas células, tornando a bioeletricidade uma das propriedades essenciais que definem a vida. A bioeletricidade consiste em uma sinalização elétrica endógena em sistemas biológicos mediada pela dinâmica das moléculas carregadas. Todas as células vivas possuem um potencial de membrana, tornando a bioeletricidade uma das propriedades essenciais que definem a vida.


Os sinais bioelétricos celulares podem desempenhar um papel diverso no desenvolvimento e comunicação de organismos. Além disso, canais iônicos desempenham papéis essenciais nos processos de morte celular, proliferação, migração e em cada uma das principais vias canônicas de sinalização do desenvolvimento. No entanto, a existência de sinais
bioelétricos em animais e o mecanismo pelo qual a bioeletricidade atua na comunicação entre animais e plantas é desconhecido.
Está sendo investigada a resposta do sistema nervoso das aranhas durante o comportamento de forrageio por meio de análises das características dos sinais bioelétricos das aranhas durante o comportamento de predação por estratégia de emboscada “senta-e-espera”. O uso de técnicas de aprendizado de machine learning e análises no domínio da frequência podem sugerir a existência de um padrão bioelétrico característico da espécie em estudo. Este estudo será o primeiro a investigar e analisar de modo sistemático a presença de sinais bioelétricos em artrópodes.
Aranhas Thomisidae são comumente predadores de emboscada em flores ou folhas e ppossuem o primeiro e segundo par de pernas laterígrados adaptados à captura de presas. Os tomisídeos são ativos principalmente durante o dia, predando borboletas, abelhas e outros visitantes florais. Essas aranhas podem influenciar a visita de insetos em plantas por meio de emissão de sinais 4 visuais alterando o comportamento e resposta da presa. Devido à sua forma de forrageio, muitos tomisídeos se camuflam em flores que atuam como panos de fundo de disfarce a presas e predadores.

REFERÊNCIAS
Abramson & Levin, M. 2021. Behaviorist approaches to investigating memory and learning: a primer for synthetic biology and bioengineering. Communicative & Integrative Biology 14 (1):230–247.
Beane, W. S, Morokuma, J., Lemire, J. M. & Levin, M. 2013. Bioelectric signaling regulates head and organ size during planarian regeneration. Development 140:313–322
Chittka, L. 2001. Camouflage of predatory crab spiders on flowers and the colour perception of bees (Aranida: Thomisidae: Hymenoptera: Apidae). Entomologia Generalis 25:181–187.
De Alcantara Viana, J. V., Vieira, C., Duarte, R. C. & Romero, G. Q. 2022 Predator responses to prey camouflage strategies: a meta-analysis. Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences 289.

