Eficiência de Produção
O mapa 1 mostra a produtividade real média das últimas 6 safras agrícolas em cada Zona Homogênea do Brasil, gerada a partir dos dados disponibilizados pelo IBGE. O mapa 2 apresenta a variação da eficiência de produção de cana nas principais zonas produtoras do país, observando-se baixa eficiência na região Centro-Oeste, o que pode ser explicado em parte pela falta de experiência dos produtores na condução de canaviais neste novo ambiente, pelos solos de fertilidade relativamente baixos e pelas dificuldades na aquisição de mudas, fertilizantes e agroquímicos adequados nessas áreas de “fronteira” produção. Nos próximos anos, no entanto, pode-se esperar elevação da eficiência na medida em que os produtores comecem a ter acesso aos insumos necessários e adaptem as práticas de gestão ao clima e aos solos nessas áreas fronteiriças. Em contraste, a eficiência foi maior em regiões com uma história mais longa de produção de cana-de-açúcar, como na franja sul da área de produção de cana-de-açúcar, o que corresponde aos estados de São Paulo Paulo e Minas Gerais (Fig 1).
Mapa 1. Produtividade média atual da cana de açúcar no Brasil, considerando as últimas 6 safras agrícolas fornecidas pelo IBGE, para cada zona homogênea selecionada.
Mapa 2. Eficiência da produção agrícola (razão entre a produtividade real e a produtividade atingível) da cana de açúcar na diferentes zonas homogêneas do Brasil.
Produtividade e risco climático
Observou-se variação substancial na média de Yw nas 19 RWS selecionados, variando de 109 a 157 ton/ha, faixa essa comparável com canaviais bem manejados e de alto rendimento cultivadas em áreas específicas do Brasil, África do Sul e Austrália. Além disso, Yw foi notavelmente estável em todos os anos para um sistema de produção de culturas irrigadas, como foi indicado pelos baixos valores de coeficientes de variação interanual. Dos 19 locais em que Yw foi simulado, nove tinham CV menores que 10% e apenas três locais apresentavam CV maiores que 15%, indicando a preferência dos produtores de cultivar cana-de-açúcar em ambientes favoráveis e com menores riscos climáticos. Na verdade, houve uma relação inversa entre a média Yw e o CV associado (Fig. Y), que destaca a importância das regiões de alto rendimento tanto para sua grande contribuição para a produção nacional quanto para a estabilidade da produção.
Fig 1. Relação entre a média (1980-2010) de produtividade atingível de cana-de-açúcar e seu respectivo coeficiente de variação interanual das diferentes zonas homogêneas selecionadas. Fonte: Marin et al. (2016).
REFÊNCIAS
Marin, FR; Martha, GB; Cassman, KG; Grassini, P. Prospects for Increasing Sugarcane and Bioethanol Production on Existing Crop Area in Brazil. Bioscience, 2016. Disponível em: https://academic.oup.com/bioscience/article/66/4/307/2464026
Copyright © 2025 GEPEMA | Produzido por SCS - Mídias Online