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Restauração Sócio Inovadora de Paisagens (RESIP), uma nova teoria de mudança para lidar com problemas contemporâneos

Restauração Sócio Inovadora de Paisagens (RESIP), uma nova teoria de mudança para lidar com problemas contemporâneos

 por Aurélio Padovezi e Cristina Adams

 

Desenhar e implementar iniciativas de Restauração de Paisagens e Florestas de forma inclusiva, é respeitar e valorizar os inúmeros inovadores sociais anônimos que melhoram a vida de populações rurais, urbanas, e o ambiente de inúmeras outras formas de vida.

Em 2050 seremos quase 10 bilhões de pessoas. Neste futuro, 1 bilhão de pessoas poderão ter emigrado de suas casas por questões climáticas, 3 bilhões poderão estar sem acesso a água potável, e 1 em cada 10 espécies poderão estar extintas. Poucas pessoas serão mais ricas e muitas serão mais pobres.

Embora milhares de pessoas já expressem insatisfação com esse cenário, ainda são tímidas e insuficientes as soluções apresentadas por governos e mercados para lidar com o emaranhado de desafios que parecem condenar a humanidade a colidir com suas próprias opções ao longo da história.

A Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), indicada ao prêmio Nobel da paz no ano passado, preconiza o reconhecimento das Contribuições da Natureza às Pessoas como caminho para construir um futuro melhor. Trilhar esse caminho demandará a adoção de Soluções baseadas na Natureza em larga escala, tendo em vista que três quartos do Planeta já foi modificado pelo homem.

Ao articular o aumento da oferta de serviços ecossistêmicos e a melhoria da qualidade de vida das pessoas, a Restauração de Paisagens e Florestas (RPF) se coloca como uma ferramenta para acelerar uma nova e mais sustentável revolução verde. Em menos de 20 anos a RPF já é meta de diversos acordos internacionais e se materializa localmente através de uma grande variedade de ações. Por vezes, ações com abordagens de mercado (e.g. silvicultura, pagamento por serviços ambientais), sócio-agroecológicas ou puramente preservacionista (e.g. conservação de espécies alvo). Muitas vezes as ações combinam diversas dessas visões de mundo.

Como em qualquer outra questão agrária, o desenho e a implementação da RPF dependem de um intrincado jogo de poder entre os interesses no uso do solo rural e, a depender do lado que a força pender, seus resultados podem se desconectar do impacto esperado e até mesmo acentuar as causas da desigualdade social e degradação ambiental.

Com base em uma revisão conceitual sobre Sistemas Sócio-Ecológicos, Contribuição da Natureza para as Pessoas, Modos de Vida Sustentáveis, e Inovação Social, o recém publicado artigo científico “UNINDO A INOVAÇÃO SOCIAL COM A RESTAURAÇÃO DE PAISAGEM e FLORESTA”, apresenta uma a teoria de mudança onde uma situação inicial – um paisagem em processo de degradação com um crescente número de pessoas economicamente marginalizadas – é transformada por um processo de Restauração Sócio Inovadora de Paisagens (RESIP).

Essa nova abordagem enfatiza a conexão intrínseca entre os processos de transformação ecológica, produtiva e social da paisagem. Onde a opção política por priorizar as necessidades dos modos de vida sustentáveis, durante o desenho, implementação e monitoramento da RPF, é fundamental para melhorar a capacidade adaptativa dos sistemas socioecológicos.

No artigo, as ligações entre Inovação Social e Restauração de Paisagens e Florestas são exploradas em cinco pontes conceituais. Essas pontes também representam fases da teoria de mudança – RESIP.

A teoria de mudança da Restauração Socio inovadora de Paisagens (RESIP)

 

O artigo “UNINDO A INOVAÇÃO SOCIAL COM A RESTAURAÇÃO DA FLORESTA E DA PAISAGEM” está disponível para leitura na íntegra aqui.

 Padovezi, A., Secco, L., Adams, C., & Chazdon, R. L. (2022). Bridging Social Innovation with Forest and Landscape Restoration. Environmental Policy and Governance, 1– 12. https://doi.org/10.1002/eet.2023


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