Direito à cidade discute moradia, mobilidade e uso do espaço público

O direito à cidade é uma ideia criada nos anos 60 que defende para todos os cidadãos moradia digna, transporte público de qualidade e a possibilidade de ocupar os espaços urbanos, tornando-os locais de troca de ideias e experiências. Para falar sobre essa ideia e como ela está aplicada nos centros urbanos brasileiros, o USP Analisa desta semana recebe a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP Raquel Rolnik.

Ela critica o processo de financeirização da moradia e da política habitacional voltada à compra da casa própria no Brasil. “Programa de casa própria, financeirizado ou não, nunca vai atingir aqueles que mais precisam. Porque quem mais precisa de casa não tem dinheiro para pagar o principal, que dirá com juros. Portanto não adianta, não tem malabarismo de sistema financeiro que consiga prover habitação para quem mais precisa, que é quem tem menos renda, mais vulnerabilidade, mais dificuldade, através de modelos como esse”.

Raquel fala ainda sobre a qualidade do transporte público nas médias e grandes cidades, que começou a melhorar um pouco quando a classe média – que, segundo ela, até o final do século passado, deslocava-se basicamente em automóveis – passou a utilizar com mais frequência o transporte coletivo.

“Isso é muito visível em são Paulo, onde o sistema de transporte coletivo a meu ver, está muito longe de ser um bom transporte, mas melhorou significativamente com a expansão do metrô, a expansão da CPTM, a ligação do metrô com a CPTM. Isso vai gerando políticas como o bilhete único, a integração modal, os corredores exclusivos de ônibus, que vão melhorando o desempenho do transporte público de uma forma muito devagar ainda no nosso País”.

A entrevista vai ao ar nesta quarta (15), às 18h05, com reapresentação no domingo (19), às 11h30. O USP Analisa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto.

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