Pandemia e trabalho remoto trazem discussão sobre proteção de dados

Com a necessidade de trabalho remoto trazida pela pandemia de covid-19, a proteção de dados ganhou um status de destaque novamente. Ataques a aplicativos de videoconferência no início do ano também mostraram o quanto nossas informações ainda estão vulneráveis. Para discutir esse tema e abordar a Lei Geral de Proteção de Dados, que mesmo após dois anos de aprovação ainda aguarda para entrar em vigor, o USP Analisa exibe a partir desta semana um especial em dois programas com o docente da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, Evandro Eduardo Seron Ruiz.

Outra questão envolvendo dados pessoais trazida durante a pandemia foi o uso de informações de localização dos telefones celulares para monitorar o isolamento social. Evandro lembra que outros aplicativos já utilizam esses dados, como Uber e Whatsapp, e até mesmo alguns países, como Coreia do Sul, China e Índia, usaram os celulares para monitorar pessoas infectadas pelo SARS-Cov-2. Ele ressalta, porém, que dados médicos, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados, são considerados dados sensíveis.

“Quando você avalia essa situação dos dados sensíveis e dos dados pessoais, você tem sempre que pensar que o problema pode não estar entre o seu aparelho e o dado que o governo quer. Tem sempre uma eventualidade de um terceiro usar, armazenar esses dados e fazer sabe-se lá o quê com esse dados. E esse terceiro pode ser um hacker”, alerta ele.

O docente considera ainda um retrocesso o fato da Lei Geral de Proteção de Dados ainda não ter entrado em vigor. Segundo ele, isso prejudica a atuação de empresas brasileiras no exterior e empresas internacionais no Brasil. “A gente tem, por exemplo, empresas de educação nacionais que atuam no exterior e empresas de educação internacionais que atuam no Brasil. O trânsito de dados dos alunos é fundamental e fica impossível fazer esse trânsito a países que não oferecem uma autoridade nacional de proteção de dados e uma lei de proteção de dados nacional”, diz.

A primeira parte da entrevista vai ao ar nesta quarta (12), a partir das 18h05, com reapresentação no domingo (16), a partir das 11h30. O programa também pode ser ouvido pelas plataformas de streaming iTunes e Spotify.

O USP Analisa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o programa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram.

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