Jornalismo esportivo brasileiro tem uma visão míope da Copa do Mundo no Catar

Segundo Carlos Eduardo Lins da Silva, a cobertura da Copa do Mundo no Catar pelo jornalismo brasileiro tem se voltado quase que exclusivamente aos jogos

Em sua coluna, Horizontes do jornalismo, o professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta a cobertura crítica da BBC com relação ao Catar na Copa do Mundo. Para o professor, é muito importante o que a BBC está fazendo, e o Brasil deveria fazer coisa parecida.

A missão do jornalista é tentar cobrir o fato que, neste caso, é a Copa do Mundo. O jornalista tem que passar para o público uma missão mais abrangente de todos os problemas. Para os estádios serem construídos, 30 mil trabalhadores vieram de Bangladesh e Nepal em condições de trabalho que são descritas como uma escravização moderna, sem direitos à assistência médica, não são cidadãos, são explorados de maneira atroz e vários morreram devido às condições.

Sem contar que, no Catar, a liberdade de expressão é basicamente ignorada, como o caso de usar qualquer coisa que indique a opção sexual das pessoas. Também tem o problema da corrupção. Em pleno século 21, não se pode deixar de abordar no jornalismo todos esses aspectos. Aqui, no Brasil, a nossa cobertura tem se voltado quase que exclusivamente aos jogos. O jornalismo tem muitas outras questões importantes para abordar além do jogo em si.

 

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