1ª Jornada de Psicanálise (2021)

Na contemporaneidade tem-se percebido cada vez mais a fluidez nas relações humanas, bem como a dificuldade dos indivíduos em se perceberem enquanto seres únicos, com vontades e estilos pessoais de ser e de viver. A precariedade e a rapidez em viver relações afetivas somadas à criação de “vidas” falsas foram agravadas pelo fácil acesso à internet e consequente disseminação das redes sociais. O universo moderno traz consigo uma novidade: viver o encontro pelo ambiente virtual, produzir personalidades, desenvolver traços e características de acordo com o interesse dos perfis. Há uma diluição do ser, do existir e do sentir, gerando identidades frágeis, passageiras e vínculos cada vez mais efêmeros. “Que seja eterno enquanto dure” é o lema atual. Contudo, o eterno pode durar horas ou mesmo minutos…

2ª Jornada de Psicanálise (2022)

As questões de identidade sucumbem diante de tanto ‘devoramento’ vivido, seja pelos processos pandêmicos, seja pela imersão no universo vazio e desregrado das idealizações. Há necessidade de recriar nossa aparência, nosso cerne, nossa nacionalidade. Mais do que nunca o caráter antropofágico mostra-se presente, cem anos da Semana de Arte Moderna que são revisitados, trazendo à tona o caminho em direção ao digerir, metabolizar, apropriar-se do que nos é submetido para que sejamos ‘donos’ de nós mesmos. Eis a insurgência da cultura colonizada, das identidades marginalizadas e, por quê não, de uma clínica psicanalítica brasileira, em sua busca por produzir um arcabouço teórico capaz de compreender a singularidade nacional em que se encontra. A busca pela pátria corporal, territorial e existencial, por uma mente que deve ser ocupada por nós mesmos!

3ª Jornada de Psicanálise (2023)

As noções de afeto têm se perdido nas diversas encruzilhadas em meio a um labirinto vivencial, seja ele particular e/ou compartilhado, no íntimo das relações ou mesmo em pautas sócio-políticas. Urge, então, a necessidade de refletir sobre o ponto mais tranquilo e seguro da caminhada, sem a necessidade de se castrar em prol ao Outro, nem sequer o apagar. Entre os limites do afeto, um intermédio. Possível? É nesse contexto, por vezes não tão palpável assim, que muito é violado.
Retoma-se um movimento pós-impressionista nas relações, inovador e diversificado, valoroso nas emoções.
Mas quais? Nessa esteira, a falta do afeto, do amor, do carinho também ocupa um lugar em nós. Tal lugar que nos nutre sentimentos variados, afetos distintos e amores deturpados... Destaque a esse afeto, que nos mobiliza a algo, a psicanálise encara a vastidão das singularidades, abrindo-nos um trajeto único, político e social.
Quais sonhos, reflexões e sentimentos te atravessam?
Como são esses atravessamentos?