Uma Pedra
Às vezes penso que o cotidiano é um animal de garras afiadas. Um ser arisco, soturno, que se alimenta pelas sombras e só dá as caras quando ataca. Cada momento que se vive dentro dessa lógica de rotina diária é mais um milímetro em que essas suas garras avançam para dentro da carne. Mais perigoso ainda é o efeito dessas suas garras. Parece que quanto mais profundo é o corte, menos é possível sentir o ataque da besta.