No mês de conscientização sobre o câncer de mama, o Outubro Rosa, é importante falarmos não apenas sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, mas também sobre o que significa ter “alto risco” para o câncer de mama e como mulheres nesse grupo podem se proteger. Conversamos com o médico ginecologista e obstetra e mastologista Dr. Sergio Masili, especialista em alto risco para câncer de mama e médico do Instituto do Câncer de São Paulo (ICESP), a fim de tirar dúvidas sobre o assunto e esclarecer pontos importantes como nódulos benignos, fatores de risco e estratégias de prevenção para mulheres que estão no climatério e além.
Nódulos Benignos: Eles podem se transformar em câncer?
Muitas mulheres se perguntam se nódulos benignos, como os fibroadenomas, podem evoluir para câncer. Segundo o Dr. Sergio Masili, a resposta é não. “Os fibroadenomas não se transformam em câncer. O que pode acontecer, em raros casos, é um erro no diagnóstico inicial”, afirma o especialista. Um diagnóstico adequado, com bons exames de imagem e avaliação especializada, é fundamental para garantir que não haja confusões entre um fibroadenoma e um tumor maligno.
O que é o alto risco para câncer de mama?
Segundo o Dr. Sergio, o alto risco pode ser dividido em dois tipos: o risco histológico e o risco familiar. O risco histológico é identificado por meio de alterações nas células da mama, como lesões atípicas, que aumentam a probabilidade de a mulher desenvolver câncer no futuro. Já o risco familiar está relacionado ao histórico familiar de câncer de mama, especialmente quando há múltiplos casos de câncer em mulheres jovens ou em homens.
É importante que as mulheres compartilhem seu histórico familiar com seus médicos para que seja possível avaliar se elas se encaixam no grupo de alto risco. Exames regulares e rastreamento especializado que são indicados para essas pacientes.
Rastreamento para mulheres de alto risco
Mulheres que se enquadram no grupo de alto risco devem ter um acompanhamento mais próximo. O Dr. Sergio explica que o exame físico, por exemplo, deve ser realizado a cada seis meses, e o rastreamento pode começar antes dos 40 anos, dependendo da idade em que os casos de câncer ocorreram na família. Além da mamografia, exames complementares, como a ultrassonografia e a ressonância magnética, podem ser indicados para aumentar a precisão do diagnóstico.
Mastectomia profilática: é uma opção?
A mastectomia profilática, popularizada pela atriz Angelina Jolie, pode ser uma alternativa para mulheres com alto risco, especialmente aquelas com mutações genéticas como BRCA1 ou BRCA2. Segundo o Dr. Sergio, a cirurgia pode ser benéfica, mas deve ser indicada com base em uma avaliação cuidadosa do risco real. “Nem todas as mulheres precisam ou se beneficiam da cirurgia. Ela deve ser realizada em casos bem selecionados para que seja eficaz”, explica o especialista.
Avanços no Tratamento do Câncer de Mama
Embora ainda não haja uma forma garantida de prevenir o câncer de mama, os avanços no tratamento estão permitindo diagnósticos mais precisos e intervenções menos invasivas, o que melhora a taxa de cura. Além disso, para casos mais avançados, as terapias sistêmicas, como a quimioterapia e os tratamentos hormonais, têm mostrado resultados promissores, mesmo para pacientes com doenças metastáticas.
A mensagem do Outubro Rosa é direta: prevenção e diagnóstico precoce salvam vidas. Para mulheres, especialmente as que estão em situação de alto risco, é essencial identificar seu risco individual e manter um acompanhamento regular com um especialista. Não hesite em procurar um profissional de saúde para tirar suas dúvidas e cuidar da sua saúde.
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