Fale conoscoInstagramYoutube

MIRA-TB Implementação de tecnologias para o rastreamento e adesão ao tratamento da Tuberculose infecção ou doença entre Migrantes Internacionais, Refugiados e Apátridas no Brasil

O Projeto MIRA-TB, intitulado “Implementação de tecnologias para o rastreamento e adesão ao tratamento da Tuberculose infecção ou doença entre Migrantes Internacionais, Refugiados e Apátridas no Brasil” é um projeto de pesquisa financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenado pelo Prof. Dr. Ricardo Alexandre Arcêncio, atual Presidente da REDE-TB e Professor Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP),  Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem.
 
Trata-se de um estudo pragmático, pautado na ciência da implementação, ou seja, a implantação e avaliação das intervenções com base nos desfechos de um mundo real. O projeto em questão visa a implementação de tecnologias para o rastreamento e adesão ao tratamento da Tuberculose Infecção ou Doença entre Migrantes Internacionais, Refugiados e Apátridas (MIRA) no Brasil. Para contemplar o cenário nacional, foram selecionados municípios pelo alto quantitativo de MIRA, sendo eles Belém-PA, Boa Vista-RRBrasília-DFFoz do Iguaçu-PR, e Rio de Janeiro-RJ. 
Nesse sentido, será implementado tanto um fluxograma para rastreamento dos MIRA nas unidades de saúde quanto o Sistema de Telemonitoramento por Vídeo do Tratamento da Tuberculose (VDOT).
 
Embora políticas internacionais estimulem o rastreamento de Tuberculose entre os MIRA, no Brasil ainda não há recomendações estabelecidas para a triagem e rastreamento específicas para a população. Dessa forma, o estudo contará com um fluxograma desenvolvido por Silva e colaboradores (2023) para o rastreamento ativo de Tuberculose Infecção e doença entre a população alvo. 

A especificidade introduzida pelo fenômeno complexo de deslocamento vulnerabiliza os MIRA ao adoecimento da Tuberculose, especialmente nos 2-5 primeiros anos de chegada ao país de destino (Jezus, 2023). Dessa forma, o projeto pretende identificar MIRA com Tuberculose Infecção e tratá-los a fim de prevenir o desenvolvimento da Tuberculose Doença através do esquema terapêutico 3HP. As pessoas identificadas e diagnosticadas com a Tuberculose Doença seguirão conforme protocolos de tratamento estabelecidos nos municípios.
Assim, o segundo componente de implementação, conhecido como VDOT, é um sistema de informação em saúde voltado a supervisão das doses do tratamento da tuberculose via telemonitoramento, onde os pacientes enviam vídeos ingerindo a medicação e os profissionais de saúde validam a tomada da medicação. Ressalta-se que o Ministério da Saúde publicou uma nota informativa  Nº 20/2023-CGTM/.DATHI/SVSA/MS que altera a definição de tratamento diretamente observado, incluindo estratégias de telemonitoramento como ações válidas de supervisão das doses.

 O projeto, ainda, terá um componente de engajamento comunitário (EC) por meio da participação do Comitê Comunitário de Acompanhamento de Pesquisas (CCAP) em Tuberculose da REDE-TB, com larga expertise em estudos de TB no Brasil e no exterior. O objetivo geral do CCAP é promover a transparência, visibilidade para a sociedade civil sobre a promoção de cuidado em TB para as populações alvo do estudo, bem como colaborar para a incorporação das novas tecnologias pelos serviços.