Cacimba de Aruanda
Sinopse
A cabaça sagrada que traz a vida à terra carrega as águas que banham o Recôncavo Baiano e mantêm vivas suas tradições e espiritualidade. Heranças de uma ancestralidade africano-ameríndia de profunda relação com a natureza enriquecem as narrativas das famílias dos pescadores, marisqueiros, rezadeiras, sambadeiras...
Na oralidade do povo do Recôncavo encontramos os causos e as histórias narradas no espetáculo Cacimba de Aruanda, que traz ao espaço cênico a corporeidade e musicalidade dessas terras, onde o sagrado, o mítico e o mágico se mesclam ao dia a dia de trabalho do seu povo. O espetáculo interpreta o encantamento dos varais das lavadeiras, dos canaviais, da feira de Santo Amaro, das festas de caboclo, do samba de roda, da capoeira e do maculelê. Interpreta ainda o sofrimento dos que agonizam com a contaminação do Rio Subaé, a tradição do Bembé do Mercado e a expressividade do Nego Fujido de Acupe.
Cacimba de Aruanda: Uma viagem ao Recôncavo Baiano é uma produção do Núcleo de Artes Afro-Brasileiras da USP que resulta de uma parceria com a Associação dos Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia (ASSEBA), fortalecida através do Edital Programa de Intercâmbio de Atividades de Cultura e Extensão 2012, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.
O apoio institucional viabilizou a realização do projeto “Laboratório de Dança Cacimba de Aruanda”, que contemplou um processo de formação em dança de aproximadamente um ano com aulas de samba de roda, dança afro, capoeira angola, dança dos orixás, percussão, estudos de pintura corporal, além da criação de um espetáculo inspirado nas viagens de pesquisa feitas pelos proponentes do Projeto e pelo Contramestre Pinguim à região do Recôncavo Baiano.
O espetáculo foi apresentado no teatro da Faculdade de Medicina da USP em dezembro de 2013 e sedimenta um intercâmbio institucional entre a Universidade de São Paulo e a Associação dos Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia e abre caminhos de novas possibilidades de construção do conhecimento pautadas na vivência corporal dos saberes oralmente transmitidos por mestres e mestras da cultura popular afro-brasileira.
Homenagem a mestre Gato Preto e Maria do Mineiro, in memoriam