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🔍 Quando a carreira fala mais alto: o risco invisível nas decisões de M&A dos CFOs

21 de Maio de 2025

Você confiaria em uma decisão de M&A tomada por um CFO mais preocupado com a própria carreira do que com o valor gerado para a empresa?

O envolvimento de CFOs em decisões estratégicas, como fusões e aquisições (M&As), tem sido cada vez mais valorizado pelas empresas, em razão de sua suposta imparcialidade e foco em decisões economicamente racionais. Mas o que acontece quando esses executivos têm incentivos que os levam a assumir riscos excessivos ou a tomar decisões prejudiciais?

Um estudo publicado no European Accounting Review, de autoria de Sebastian Firk, Yannik Gehrke, Sven Richter e Andmichael Wolff, investiga como os incentivos implícitos dos CFOs para “sinalizar” competência ao mercado de trabalho — em busca de promoções ou novas oportunidades — podem impactar negativamente as decisões de M&A.

Principais achados:

  • CFOs em início ou fim de carreira têm maior propensão a realizar aquisições que destroem valor, motivados por incentivos de sinalização ao mercado.
  • Esses CFOs tendem a assumir mais riscos e a pagar mais caro pelas transações.
  • Mesmo aquisições com retornos negativos podem render benefícios de carreira aos CFOs, como promoções, assentos em conselhos e aumentos salariais.
  • A punição por decisões ruins costuma ser limitada — exceto em casos de perdas extremamente elevadas.

 

📌 Recomendação prática:
Empresas devem avaliar criticamente os incentivos de carreira dos CFOs antes de decisões estratégicas como M&As. Estruturar mecanismos de governança que alinhem os interesses do CFO ao valor de longo prazo da empresa — como bônus baseados em desempenho real e accountability mais efetiva — pode reduzir o risco de decisões motivadas por objetivos pessoais.

🎯 Take-home Message:
Nem toda decisão racional de um CFO é neutra — interesses de carreira podem comprometer o valor gerado em aquisições. Estar atento a isso é essencial para proteger o interesse da empresa.