PLP

Partido Liberal Progressista, Bahamas

Rafael Affonso de Miranda Alonso

 

Primeiro partido político da história das Bahamas, o Partido Liberal Progressista (PLP) foi fundado oficialmente em 23 de novembro de 1953, com o objetivo principal de retirar o governo das mãos da minoria branca, tornando-o mais representativo e comprometido com o interesse da maioria da população, composta de negros marginalizados política, social e economicamente. Serviu também como representante dos movimentos trabalhistas no Parlamento.

O território sempre fora governado por uma pequena elite branca, composta sobretudo de comerciantes, conhecidos na década de 1950 como os “Bay Street Boys”, em referência à concentração dos negócios desses homens. O PLP foi formado por negros descontentes com essa situação e dispostos a incluir as massas nos processos políticos e nos progressos materiais da antiga colônia. A identificação do partido com o “orgulho negro” facilitou o caminho rumo ao poder, à medida que as leis discriminatórias foram sendo levantadas e a vontade popular começou a ganhar expressão, sem os limites constitucionais que a fraudavam.

Apesar de a política e as eleições dos anos 1960 terem sido fortemente marcadas pela polarização racial, o partido alcançou pela primeira vez o governo antes da independência (1967), tornando Lynden O. Pindling premiê. Este se apressou a declarar que faria um governo para todos e que a população branca não deveria ter medo de um governo do PLP.

Os governos do PLP, principalmente no primeiro período (1967-1973 e 1973-1992), todos sob o comando de Pindling, foram marcados por grandes investimentos sociais, nacionalismo moderado e compromisso efetivo de bom relacionamento com os Estados Unidos e com o mundo ocidental.

No final da década de 1980, em meio a graves denúncias de envolvimento do governo com o tráfico de drogas, Pindling chegou a afirmar que os EUA estavam usando as Bahamas como pretexto para encobrir a sua própria incapacidade de controlar o problema das drogas em seu território. A década marcou uma atuação menos dependente do governo das Bahamas em relação à opinião dos EUA.

As denúncias de envolvimento com o tráfico de drogas e de corrupção, levantadas pela oposição, desgastaram progressivamente a imagem do PLP. Em 1992, o partido perdeu o governo para o Movimento Nacional Livre (MNL), mas voltou ao poder dez anos mais tarde sob a liderança de Perry G. Christie. Nas eleições gerais de 2012, o Partido Liberal obteve sólida maioria no Parlamento (29 dos 38 assentos) e indicou Christie para primeiro-ministro, em sua segunda passagem pelo cargo.