Lima (Peru), 1928 – Madri (Espanha), 1983
Daniela Jinkings
Manuel Scorza, autor da série de novelas intitulada La balada ou La guerra silenciosa, é um dos mais notáveis nomes da literatura peruana do século XX. La balada foi traduzida para mais de quarenta idiomas e se tornou uma das mais difundidas e reconhecidas obras do ciclo literário latino-americano da segunda metade do século passado.
Após terminar seus estudos no Colégio Militar Leoncio Prado, em Lima, em 1945, Scorza ingressou na Universidad Nacional Mayor de San Marcos e se tornou ativista político. Em 1948, aos vinte anos, saiu do Peru na condição de exilado. Durante o exílio escreveu obras que o tornaram conhecido, como Las imprecaciones (1955). Só retornou ao país em 1958. Foi o organizador do primeiro Festival do Livro de seu país. Sua obra mistura o imaginário e o onírico, o lúdico e o irônico, partindo dos mitos para enfocar a realidade. A prosa de Scorza tem raízes na odisseia indígena: registra a história da rebelião e da repressão das comunidades andinas peruanas, construindo um imenso mural contemporâneo de seu país. Em 1968, Scorza foi obrigado a deixar o Peru mais uma vez, perseguido devido à sua atuação política no movimento indigenista. Em 28 de novembro de 1983, logo após a publicação de La danza inmóvil, romance que significava uma ruptura radical com A guerra silenciosa, o avião no qual Scorza viajava caiu, a poucos quilômetros do aeroporto de Madri, onde faria uma escala rumo a Bogotá, e Scorza, com 55 anos, morreu. Escreveu também os romances Redoble por Ranças (1971), Historia de Garabombo, el Invisible (1973), entre outros livros.