Programa de Pós-Graduação em Patologia da FMUSP

Histórico

O Programa Patologia, cadastrado no MEC desde 1975, tem sua origem na experiência formativa de pesquisadores desde a criação da Faculdade de Medicina (1912), quando a especialidade ainda era uma novidade no mundo todo e uma de suas missões era dar um cunho científico à medicina, avançando o conhecimento sobre as doenças. 

Inicialmente denominada como “Anatomia e Histologia Patológicas“, esta área teve a liderança de professores estrangeiros, como o austríaco Walter Haberfeld, primeiro catedrático, e o italiano Alexandre Donatti, primeiro regente de Patologia Geral, que trouxeram a experiência europeia da patologia moderna fundada por Rudolf Virchow. Em 1920, o convênio com a Fundação Rockefeller trouxe para o departamento os americanos Oscar Klotz e Robert Archibald Lambert, que sob a cátedra de Ludgero da Cunha Motta iriam estabelecer o perfil da área por várias décadas, com forte viés para a pesquisa, além das atividades aplicadas ao diagnóstico.

Nesta época, muitas teses de doutorado foram produzidas no Departamento de Patologia, que formou especialistas e pesquisadores de referência neste período. Em 1958, assume o catedrático, Constantino Mignone, que implanta reuniões anátomo-clínicas, dando um passo importante rumo à cultura interdisciplinar e multiprofissional que marca a produção científica da pós-graduação do Programa. Já no decorrer da reforma universitária e sob as influências do Relatório Sucupira (CAPES), assume a chefia em 1972 o patologista Thales de Brito, com sólida formação em pesquisa da patologia de moléstias tropicais. Logo em seguida, em 1975, o Programa Patologia é credenciado junto à CAPES para oferecer mestrado e doutorado, nos moldes da nova diretriz nacional para a pós-graduação, sob a coordenação de Carlos Eduardo Pereira Corbett.

Inicialmente, a formação nestes níveis estava aberta apenas a médicos especializados em áreas do Departamento de Patologia. Este pré-requisito foi quebrado com a vinda do patologista e notório pesquisador György Miklós Böhm, que, ao assumir a coordenação do Programa, abriu inscrições para médicos de quaisquer especialidades, formando assim um ambiente de pesquisa mais propício à inovação e a descobertas de maior impacto na área médica. Deste momento memorável, surgem lideranças nas mais diversas áreas médicas, além da própria patologia, como a radiologia, anestesia, clínica médica e cirurgia, que ainda hoje exercem papel fundamental na condução de pesquisa no país e no mundo.

O próximo passo, que dá o perfil do Programa Patologia, foi trazido por Gregorio Santiago Montes, que coordenou este programa de pós-graduação entre 1988 e 1997. Graças ao trabalho idealizado e conduzido por ele, não só este, mas todos os programas da FMUSP adotaram como norma incluir, entre os seus estudantes de mestrado e doutorado, egressos de todas as áreas profissionais, contribuindo assim para que a pesquisa seja fruto de uma verdadeira interação entre campos interdisciplinares e multiprofissionais, levando a uma profícua produção intelectual, original, inovadora e de impacto para o conjunto do conhecimento da área.