Maristela Sousa Freitas
Resumo: Este estudo buscou investigar o processo identitário de jovens que passaram pelo acolhimento institucional em alguma fase de suas vidas. Ao apreender os sentidos revelados, trouxemos o quanto ser institucionalizado impede movimentos de metamorfose em direção à emancipação e quais outras possibilidades de caráter emancipatório, ao entorno destes jovens, permitem se constituírem diferentes e se autodeterminarem vencendo as adversidades. Partimos do empírico, por meio das narrativas de história de vida e do materialismo histórico dialético, como método para tornar visível um grupo social. De todas as histórias ouvidas que contextualizaram esse trabalho, escolhemos uma delas para fazer um estudo do processo identitário. O arcabouço teórico está sustentado pelo sintagma-identidade-metamorfose-emancipação de Ciampa (1987; 2011), além de outros autores, Goffman (1961), Habermas (1987), Berger e Luckmann (2014) e outros que trouxeram contribuições alinhadas à Psicologia Social Crítica. Da análise de uma das histórias com características emancipatórias, a história de Sofia revelou-nos que as categorias atividade e emancipação são o foco deste estudo. A história de Sofia possibilitou compreender que em sua narrativa ocorreram várias dificuldades que produziram o processo de mesmice durante muito tempo. A mesmice foi vencida apenas quando Sofia começou a ser escutada e reconhecida pelos outros, em seus direitos. Ao desempenhar suas atividades e se ver reconhecida, a narradora foi se modificando, permitindo metamorfoses com sentidos emancipatórios. Ao ser reunido em seu entorno, as possibilidades de ser amada e querida por uma família, Sofia chegou a uma qualidade na metamorfose indicada como mesmidade, a integração do pensar/fazer. A singularidade da história de Sofia, representando o universal, revelou que metamorfoses com fragmentos emancipatórios são possíveis se houver possibilidades no entorno do sujeito
Palavras-Chave: Psicologia Social; Identidade (Psicologia); Adolescentes – Assistência em instituições; Autonomia (Psicologia); Reconhecimento (Psicologia); Identidade social.
Referência: Freitas, Maristela Sousa. (2018). O processo de identidade de jovens que passaram por acolhimento institucional. Dissertação de mestrado,Mestrado em Psicologia (Psicologia Social), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo
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