Giovana Maranezi e Cíntia Bernardes da Penha

Resumo: O presente estudo descritivo tem como objetivo relatar a experiência de uma graduanda em psicologia em um estágio no Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), dentro do contexto da Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos do Idoso e/ou Pessoa com Deficiência, cuja finalidade é contribuir para a compreensão da formação da identidade profissional nesta área. Assim, este serviço está inserido na média complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), em que o público atendido é formado por indivíduos que sofrem violação de direitos. Dessa maneira, no PAEFI supracitado, as violações correspondem a violência física, psicológica, patrimonial e/ou financeira, sexual, negligência e abandono e, por fim, autonegligência. A partir do acolhimento realizado com o idoso e/ou pessoa com deficiência e seus familiares, é averiguado se há violação de direitos ou outra demanda e então, encaminhado ou encerrado o caso. Caso haja, portanto, uma violência, o caso é inserido em acompanhamento por uma equipe de referência e a intervenção psicossocial é efetuada através de articulação com a rede socioassistencial, bem como agendamento de atendimentos com o usuário e sua rede de apoio e visitas domiciliares. O acompanhamento é elaborado junto ao usuário e considera sua autonomia, empoderando o usuário e respeitando seus desejos. Partindo disso, ressalta-se a importância de se rever os moldes em que a psicologia foi delimitada e como construir uma práxis que contemple a realidade da sociedade brasileira. Tendo isso em vista, o conceito de clínica ampliada auxilia na desconstrução da clínica individual, elitista e baseada no modelo biomédico, a qual inclusive, está muito arraigada na formação acadêmica dos estudantes de psicologia. Esta experiência de estágio em políticas sociais possibilita uma inserção na clínica ampliada, já que se depara com um público e um contexto na qual é necessário compreender o sujeito através de um viés biopsicossocial. Em suma, as atividades realizadas no estágio contribuíram para uma ressignificação do quefazer do psicólogo, bem como uma formação de identidade profissional comprometida com as pautas sociais e o senso crítico e questionador a respeito da prática realizada, sendo esta, pautada em uma postura política e ética compromissada com a garantia de equidade e dos direitos humanos.

Palavras-chave: identidade profissional, políticas sociais, relato de experiência

Referência: Maranezi, G., & Penha, C. B. (2022). O fazer do psicólogo: experiência de estágio em Psicologia no Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS). Brazilian Journal of Development, 8(3), 63–74.

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