Matheus Augusto Pellens Baldissera

Resumo: Esta pesquisa surgiu a partir de indagações sobre as possibilidades da escuta psicanalítica na Política Pública de Assistência Social, mais especificamente, em um serviço dedicado ao trabalho com pessoas em situação de rua no município de Porto Alegre/RS. Iniciou-se com considerações sobre lugares que pessoas ocupam na malha social, lugares pré-determinados por um discurso que dá coordenadas para constituições ou destituições subjetivas. No contexto da pobreza, essas pessoas tomadas como um “resto” da maquinaria capitalista, muitas vezes, não encontram endereçamentos possíveis de fala. Com a psicanálise resgatamos o que há de mais fundamental nesse campo: a função enunciativa desses sujeitos. Por ser uma experiência singular, sua metodologia de escrita aconteceu a partir dos efeitos que essa escuta produziu no trabalhador: sonhar. É com os sonhos, elemento que Freud destacou como via privilegiada ao inconsciente, do lado de quem escuta, que apontamos formas de fazer furos aos discursos totalitários e políticas da indiferença. Assim, se com os “restos” trabalhamos, foi a partir do que resta dessa clínica que se criou possibilidades de transmissão. 

Palavras-chave: psicanálise; escuta psicanalítica; pessoas em situação de rua; sonhos.

Referência: Baldissera, Matheus Augusto Pellens (2019). Entre restos, há quem sonhe: sobre a escuta psicanalítica com pessoas em situação de rua. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Psicanálise, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 

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