Leticia Maisa Eichherr

Resumo: Esta dissertação é feita nas tessituras dos encontros das crianças com a assistência social. Busca transbordar o problema inicial da pesquisa: “de que infâncias nos falam as crianças que se encontram no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)?” e tecer reflexões que interrogam o lugar da infância como objeto de uma política pública, a possibilidade de uma escuta afetiva das vozes das crianças e suas perspectivas de mundo no cotidiano do serviço, as expressões e intersecções dos marcadores sociais da diferença e os modos que a pandemia tem afetado suas vidas. Problematiza lugares acostumados da produção do conhecimento, convocando à descolonização do pensamento para uma escuta sensível e um olhar crítico quanto aos atravessamentos dos saberes e poderes que o estruturam. Constitui-se como uma pesquisa cartográfica com traçados singulares e com espaços para criançamentos e pequenices cotidianas, vivenciadas no acompanhamento da rotina de um SCFV em tempos pandêmicos que possibilitou o encontro com crianças e profissionais do serviço. Com interlocuções poéticas, apresenta fragmentos e narrativas desses encontros articulados com reflexões que apontam para a desconstrução de discursos totalizantes e universais sobre as infâncias. Propõe a escutação como aposta ética-estética-política de uma escuta menor em tempos e sistemas maiores, que atropelam e brutalizam o cotidiano de trabalho nas políticas públicas.

Palavras-chave: Infâncias; Assistência social; Políticas públicas; Escutação; Devir minoritário.

Referência: Eichherr, Leticia Maisa (2022). “Escutar a cor dos passarinhos”: encontros e criançamentos na assistência social. Dissertação de mestrado, Mestrado em Psicologia Social e Institucional, Universidade Federal do Rio Grande Do Sul, Porto Alegre.

Disponível aqui

Outras publicações

RISCO, VULNERABILIDADE E O CONFINAMENTO DA INFÂNCIA POBRE

Vanessa Crestani e Kátia Bones Rocha

Leia mais »

O contexto de exclusão social e de vulnerabilidades de jovens infratores e de suas famílias

Maria Cristina Feijó e Simone Gonçalves de Assis

Leia mais »