Felipe Ferreira Pinto

Resumo: O presente trabalho busca analisar o tema da proteção social no Brasil, a partir da discussão sobre o processo de gestão do trabalho no campo da Assistência Social. O objetivo desta pesquisa de mestrado foi apresentar uma análise que possa suscitar debates, tendo em vista a narrativa que conta e analisa a própria trejetória neste campo de ação pública. Trabalhamos com a perspectiva de que a compreensão apresentada em relação ao tema da proteção social e o caso da Assistência Social como política de Estado nos permita tecer diálogos que nos levem a caminhos mais próximos do cotidiano das(os) trabalhadoras(es) inseridas(os) neste contexto de garantia de direitos sociais. Estar inserido no âmbito da proteção social do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) na condição de Psicólogo trabalhador nos proporcionou construir uma práxis de aposta no campo social, que coloca em discussão: o fazer cotidiano na sua dimensão coletiva, afetiva, solidária, política e social; a noção de Estado protetor na condição de promover e garantir políticas públicas sociais de qualidade à população; a tentativa de propor espaços de construção coletiva em uma sociedade de privilégios e de pouca cultura participativa e democrática; a possibilidade de escutar os sujeitos que sofrem na dimensão dos seus impasses subjetivos, considerando os efeitos do modo de produção capitalista na forma como as pessoas sentem e se relacionam com a vida e, sobremaneira, a intercessão entre trabalho e pesquisa como a chance de agir nas brechas do cotidiano e pensar a produção do conhecimento para além do discurso da Universidade. Portanto, esta pesquisa percorreu o caminho da própria práxis enquanto direção de um processo de análise que vai se constituindo como algo que não se descola daquilo que se experiencia no chão da política, isto é, a condição que olha para o próprio trabalho enquanto um lugar estratégico na construção de diálogos em torno de um modo de fazer no SUAS que se distancie de práticas clientelistas e caridosas. Trata-se de discutirmos a possibilidade de qualificarmos nossas ações no campo da Assistência Social, de modo que essa tarefa nos permita construir um projeto societário menos excludente e que possa considerar o sofrimento dos sujeitos como algo a ser analisado, no que diz respeito à construção das formas de atenção e cuidado ofertado pelo Estado. Cabe refletir também sobre a possibilidade de promover novas sociabilidades nos espaços públicos do território e nos estabelecimentos institucionais da Assistência Social. 

Palavras-chave: Proteção social; Gestão do trabalho; Assistência social; Práxis

Referência: Pinto, Felipe Ferreira (2019). Narrativas sobre a práxis na Assistência Social: uma análise sobre a proteção social e o processo de gestão do trabalho. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Assis.

Disponível aqui

Outras publicações

“Em nome da mãe”: performatividades e feminizações em um CRAS

Priscila Pavan Detoni, Paula Sandrine Machado e Henrique Caetano Nardi

Leia mais »

Meninos de rua: desafiliados em busca de saúde mental

Verônica Morais Ximenes, Luana Rêgo Colares de Paula e João Paulo Pereira Barros

Leia mais »

Mais Famílias Podem Ser Acolhedoras | Andrielly Darcanchy | TEDxCariobaStudio

Produzido por: TEDx Talks

Leia mais »

O CRAS em relação: profissionais e usuários(as) em movimento

Vinicius Tonollier Pereira & Pedrinho Arcides Guareschi

Leia mais »