Clara Scaldelai do Nascimento

Resumo: As relações entre gênero, vulnerabilidade social e pobreza tem sido apontadas como um dos principais pontos de atenção na agenda para a construção de relações sociais mais equânimes (ONU, 2018). Atualmente mais de 80 milhões de brasileiros procuram acesso a algum tipo de programa, projeto ou serviço socioassistencial que compõe a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), sendo que as mulheres são mais da metade destas pessoas (MDS; SENARC, 2014). Estes dados refletem um panorama estrutural complexo que influencia a construção de subjetividades e coletividades nas relações entre as classes dominantes e subalternas. Partindo da articulação entre a teoria de Identidade de Ciampa (1987), as teorias feministas de Butler (1990), Beauvoir (2009), Braidotti (2002) e Davis (2018) e as teorias sobre as políticas sociais e classes subalternas de Yazbek (2003), este trabalho busca compreender como se dá processo de identidade de mulheres que vivem em contexto de vulnerabilidade social atendidas por Políticas de Assistência Social brasileiras e como estas dimensões se constroem dialeticamente em um contexto violento de exploração. Esses movimentos serão observados a partir do relato de história de vida de uma usuária do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sob a qual são identificados os processos de metamorfose das identidades e manifestação das personagens segundo proposto por Ciampa (1987). As considerações desse trabalho contemplam reflexões sobre o papel do Estado na definição de políticas de identidade emancipatórias ou alienantes e como essas políticas estão vinculadas com a manutenção das desigualdades sociais

Palavras-Chave: Psicologia Social; Identidade; Mulheres; Assistência Social

Referência: Nascimento, Clara Scaldelai do. (2021). O Processo De Identidade De Mulheres Frente A Vulnerabilidade Social E As Políticas Públicas Do SUAS.  Dissertação de mestrado, Mestrado em Psicologia (Psicologia Social), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

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