Crianças vivenciam experiências sensoriais no IPUSP

A cada semestre, alunos do 3º ano do ensino fundamental poderão realizar experiências envolvendo percepção sensorial durante encontros semanais no IPUSP. Organizados no formato de um Clube de Ciências, as atividades têm duração de duas horas e integram os chamados “clubes de contraturno”, iniciativa da Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP. O projeto visa tanto estimular o contato das crianças com as diversas áreas do conhecimento quanto fazer com que as unidades da USP desenvolvam este tipo de prática em seus programas de ensino e pesquisa.

O planejamento e a coordenação das atividades são realizados por Marcelo Fernandes da Costa, neurocientista e professor doutor do Departamento de Psicologia Experimental do IPUSP. Ele mesmo fez a proposta do clube para a Escola de Aplicação após acompanhar a participação de seu filho, também do 3º ano, em programas semelhantes de outras unidades da USP. A ideia foi aceita e os encontros começaram em abril de 2014.

As bases teóricas para a elaboração e organização das atividades vêm da Psicologia Fisiológica. Por meio da exploração das sensações, pretende-se dar aos alunos noções básicas do funcionamento do organismo humano e despertar a curiosidade. “A intenção é mostrar como o nosso corpo dá conta de transfomar as energias do mundo em energias percebidas”, afirma Marcelo da Costa, que continua: “Por exemplo, a maneira como uma luz é transformada numa cor”. A ordem do dia é experimentar: “As crianças vão poder abrir, mexer pra conhecer como é o olho por dentro”, explica o professor, que finaliza: “É uma atividade bem lúdica e interativa, na qual a gente já vai passando pra eles conceitos importantes da nossa área”.

Todos os sentidos do corpo humano serão trabalhados durante os encontros, envolvendo experiências com cores, temperaturas, aromas, sabores e sons. Com isso, Costa afirma que pretende explorar conceitos como a relatividade e o contraste. Ainda segundo ele, por um lado as crianças “vão poder perceber quanto somos bons em julgar coisas simples, como o tamanho de uma linha”. Por outro, prossegue, “poderão ver, também, que nunca acertamos exatamente nosso julgamento sobre aquilo que percebemos”.

O professor almeja vincular o clube à sua disciplina optativa para a graduação Neurociências e Comportamento: Aspectos Cognitivos e Emocionais no Processo de Aprendizagem, que integra o programa de licenciatura. Além disso, os encontros poderão ser expandidos para outras escolas da rede pública de ensino, incluindo alunos do 1º ao 9º anos.

Prof. Dr. Marcelo da Costa propõe experiência cromática a aluno da Escola de Aplicação da USP

 

Por Ariane Alves

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Alfabetização – 2015, n. 1

É hora de falar sobre Gênero – 2016, n.2/3

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