Dez anos após a implementação da lei de cotas, estudo realizado no Instituto de Psicologia da USP destaca vivências de estudantes cotistas e investiga o perfil de quem se posiciona contra e a favor do sistema de cotas
Um relatório do Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas, do governo federal, publicado em 2022, evidencia os efeitos positivos da política de cotas, desde a sua implementação. O surgimento das ações afirmativas, que são políticas para promover igualdade de oportunidades para pessoas até então excluídas do acesso ao ensino superior, vem promovendo mudanças no perfil dos ingressantes.
Os resultados positivos de ações como a das cotas, entre outros motivos, serviram de incentivo para que a pesquisadora Kênia Eliber Vieira, bióloga de formação, estudasse o tema desde o seu mestrado. Com orientação da professora Luciana Maria Caetano, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, ela desenvolveu sua tese de doutorado intitulada Julgamento de Justiça e Injustiça de Cotas na Universidade: impacto da empatia, da autopercepção e de um dilema de cotas. A banca avaliadora indicou a tese para a edição 2023 do Prêmio Capes de Tese.
No estudo, Kênia pesquisou o efeito que a inclusão dos estudantes cotistas causou na universidade em que ela trabalha, a Universidade Federal de Alfenas (Unifal). “Eu trabalho no campus de Poços de Caldas, da Unifal, e aqui nós não tínhamos ações afirmativas anteriores à aplicação da lei de cotas. O campus em que eu trabalho oferece cursos de engenharia, que são historicamente mais elitizados, então a chegada desses estudantes cotistas foi um impacto na comunidade”, afirma a pesquisadora ao Jornal da USP.
Após contar com a participação de estudantes da Unifal no mestrado, o trabalho de doutorado de Kênia expandiu a investigação para a USP, englobando universidades federal e estadual. A pesquisa é fundamentada em três estudos, que utilizam diferentes metodologias. “O primeiro é uma revisão de escopo, em que a gente queria saber quais eram as experiências que esses alunos cotistas estavam vivenciando na universidade. O segundo é um estudo de validação, e o terceiro a gente relaciona com a autopercepção, a empatia, a opinião prévia e a justiça ou injustiça do sistema de cotas”, conta.
Um relatório do Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas, do governo federal, publicado em 2022, evidencia os efeitos positivos da política de cotas, desde a sua implementação. O surgimento das ações afirmativas, que são políticas para promover igualdade de oportunidades para pessoas até então excluídas do acesso ao ensino superior, vem promovendo mudanças no perfil dos ingressantes.
Os resultados positivos de ações como a das cotas, entre outros motivos, serviram de incentivo para que a pesquisadora Kênia Eliber Vieira, bióloga de formação, estudasse o tema desde o seu mestrado. Com orientação da professora Luciana Maria Caetano, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, ela desenvolveu sua tese de doutorado intitulada Julgamento de Justiça e Injustiça de Cotas na Universidade: impacto da empatia, da autopercepção e de um dilema de cotas. A banca avaliadora indicou a tese para a edição 2023 do Prêmio Capes de Tese.
No estudo, Kênia pesquisou o efeito que a inclusão dos estudantes cotistas causou na universidade em que ela trabalha, a Universidade Federal de Alfenas (Unifal). “Eu trabalho no campus de Poços de Caldas, da Unifal, e aqui nós não tínhamos ações afirmativas anteriores à aplicação da lei de cotas. O campus em que eu trabalho oferece cursos de engenharia, que são historicamente mais elitizados, então a chegada desses estudantes cotistas foi um impacto na comunidade”, afirma a pesquisadora ao Jornal da USP.
Após contar com a participação de estudantes da Unifal no mestrado, o trabalho de doutorado de Kênia expandiu a investigação para a USP, englobando universidades federal e estadual. A pesquisa é fundamentada em três estudos, que utilizam diferentes metodologias. “O primeiro é uma revisão de escopo, em que a gente queria saber quais eram as experiências que esses alunos cotistas estavam vivenciando na universidade. O segundo é um estudo de validação, e o terceiro a gente relaciona com a autopercepção, a empatia, a opinião prévia e a justiça ou injustiça do sistema de cotas”, conta.
A Lei n°12.711/2012, conhecida popularmente como Lei de Cotas, estabelece que, nas instituições federais de ensino superior vinculadas ao Ministério da Educação (MEC), sejam reservadas 50% das vagas de ingresso para estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas públicas. Dentro desse porcentual, metade das vagas também deve ser reservada para estudantes de baixa renda, que possuam uma renda familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio por pessoa.
Ainda, a lei estabelece a obrigatoriedade de reservar vagas para estudantes autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção minimamente igual ao número total dessa população na região, conforme censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2016, pessoas com deficiência também foram incluídas na mesma categoria de reserva de vagas.