28/05/20 Seminário online – O homoerotismo camoniano no Convite que fez a certos fidalgos em Goa

 O homoerotismo camoniano no Convite que fez a certos fidalgos em Goa
Marcia Arruda Franco
DATA: 28/maio/2020, 15h-17h

 

Seminário Online do Grupo de Investigação Poéticas em Língua Portuguesa (PLP), no âmbito do projeto de investigação “Reescrever o séc. XVI”).

RESUMO:
A partir da revisitação do efeminado imperador Heliogabalo, é possível interpretar o banquete de trovas como um encontro homoerótico. Para tal é preciso entender o erotismo ao tempo de Camões e a sua desvinculação relativamente a categorias estanques da sexualidade correntes nas sociedades burguesas, onde se opõem heterossexualidade e homoerotismo. Nas sociedades de corte, a vivência da sexualidade seguia parâmetros menos rígidos, em que se admitia a bissexualidade. Estes serão os tópicos abordados neste seminário, no qual se apresentará ainda uma proposta de organização de uma Antologia homoerótica de Camões, a partir do romance Pode um desejo imenso, de Frederico Lourenço.

Website: http://cehum.ilch.uminho.pt/events/418

 

O seminário:

Na quinta-feira, 28 de maio de 2020, pelas 15 horas de Lisboa e durante duas horas, participantes em diversos locais do mundo, visionaram o seminário online, apresentado por  Micaela Ramon (CEHUM, UMINHO) e com a palestra de Márcia Arruda Franco (Sorbonne Nouvelle, Paris 3), baseado no texto camoniano “Zombaria aos moradores de Goa na entrada do governo de Francisco Barreto”, abordado na perspetiva enunciada no título da sessão: o homoerotismo camoniano, ou seja: apossibilidade de interpretar o banquete de trovas como um encontro homoerótico. Um evento realizado no âmbito do projeto de investigação “Reescrever o séc. XVI”.

Após pormenorizado enquadramento da temática, considerando a necessidade de “entender o erotismo ao tempo de Camões e a sua desvinculação relativamente a categorias estanques da sexualidade correntes nas sociedades burguesas, onde se opõem heterossexualidade e homoerotismo”, Márcia Arruda Franco, focaliza o seu estudo na Península Ibérica e refere que “nas sociedades de corte, a vivência da sexualidade seguia parâmetros menos rígidos, em que se admitia a bissexualidade”. Esses tópicos orientaram o seminário, com apresentação de “casos” e iconografia, em que foi analisado o texto camoniano.

No final, a conferencista apresentou ainda a proposta de organização de uma Antologia homoerótica de Camões, a partir dos poemas e da tese configurada no romance Pode um desejo imenso, de Frederico Lourenço.

 

A seminarista:

Márcia Arruda Franco é Professora Doutora da Universidade de São Paulo e, como camonista, colabora com o CIEC da Universidade de Coimbra, redigiu os verbetes “O cânone literário português e Camões” e “Horacianismo em Camões” para o Dicionário de Luís de Camões (2011) e a sua produção ensaística tem valorizado Sá de Miranda, Camões, Garcia de Orta, o Renascimento português. Destacamos a publicação das monografias Camões, leitor de Sá de Miranda (Porto: Fundação Eng. António de Almeida, 1999), Camões e Garcia de Orta em Goa e em Portugal (Coimbra: CIEC, 2019).  Entre outros projetos, integra e co-coordena a equipe USP do projeto multidisciplinar da parceria USP-UMINHO – Reescrever o século XVI. É no contexto deste Projeto que agora se apresenta este Webinar.

Artigo da autora sobre o tema: Convite que fez Camões em Goa a certos Fidalgose-lyra: revista de rede internacional Lyracompoetics, n.º 4 (out. 2014), 21-45.

Algumas imagens do evento:

Fonte: Site Luís de Camões

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