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REMA – Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
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10/11/2020

Impacto da reabilitação na fadiga relacionada ao câncer de mama: um estudo piloto

A fadiga (ou cansaço) do câncer de mama ou fadiga do câncer, é um dos efeitos colaterais comuns entre as pessoas que já tiveram câncer de mama. É uma condição complexa e causada por diversos motivos, caracterizada por uma sensação persistente de rigidez física, emocional e / ou cognitiva, afetando a qualidade de vida relacionada à saúde, em sobreviventes do câncer de mama. 

A causa deste cansaço ou esgotamento que atinge as pacientes que já tiveram o câncer de mama não possui uma causa específica; pode ser provavelmente relacionada à disfunção em partes das células que são responsáveis pela produção de energia no corpo humano, por inflamação ou pelo aumento da produção de moléculas ruins de oxigênio. Além disso, vários fatores de risco foram identificados até agora, incluindo questões financeiras, problemas do sono, estresse, ansiedade, falta de exercícios físicos (sedentarismo), alto índice de massa corporal (IMC), cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Existem várias maneiras para tratar ou reduzir a fadiga do câncer de mama, entre elas o aconselhamento, terapia psicológica, psicoeducação, atividade física e mente-corpo, massagem terapêutica, acupuntura, musicoterapia, suplementos (por exemplo vitamina D) e atividade física. Consta-se que a atividade física é a melhor alternativa para o tratamento da fadiga do câncer de mama, mas pouco se sabe sobre a quantidade e o formato ideal do treinamento.

Um estudo feito para compreender melhor as formas de treinamento físico supervisionado, abrangeu um projeto de reabilitação de 4 semanas com sobrevivente do câncer de mama, no qual todos os participantes foram submetidos a um protocolo específico de reabilitação que consistia em 10 minutos de aquecimento, 40 min de exercício aeróbio (por exemplo caminhada) e treinamento de força, e 10 minutos de refrigeração baixa, pela quantidade de 2 vezes/semana, com supervisão de fisioterapeuta. Ao final das 4 semanas, o estudo evidenciou uma diminuição significativa na fadiga do câncer de mama nos participantes, considerando o exercício físico reabilitador um tratamento eficaz e confiável.

Conclui-se que a terapia com exercícios físicos pode ter um impacto crucial, não apenas no manejo clínico e terapêutico da fadiga do câncer de mama, mas também interferindo diretamente nos fatores que causam esse problema.

 

Referência:
INVERNIZZI, M. et al. Impact of Rehabilitation on Breast Cancer Related Fatigue: A Pilot Study. Frontiers in Oncology, 21 out. 2020. Frontiers in Oncology. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fonc.2020.556718/full. Acesso em 09 nov. 2020.

 

Trabalho realizado pelas alunas:  Sophia Formaggio Sanchez e Isabela Fonseca Silva

 

Orientadoras:

Enfermeira Maria Antonieta Spinoso Prado

Profa. Dra. Marislei Sanches Panobianco

Profa. Dra. Thais de Oliveira Gozzo