Rosana Louro Ferreira Silva - Licenciada e Bacharel em Ciências Biológicas, mestra em Ecologia, doutora em Educação e livre docente em Educação e Biodiversidade. Atuo como professora associada do departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Oriento no programa de pós-graduação "Interunidades em Ensino de Ciências" da USP e no Programa de Mestrado Profissional em Conservação da Fauna, da Universidade Federal de São Carlos. Criei e coordeno o Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores - GPEAFE, credenciado no CNPq. Sou bolsista de produtividade do CNPq e atualmente coordeno o projeto "Equidade e sustentabilidade na articulação entre currículos, práticas pedagógicas e formação docente em escolas públicas paulistas” financiado pela FAPESP. Sou mãe do Tiago, de 23 anos, e da Isabela, de 18 anos.
Renata Fermino Novais - Bióloga e Mestre em Zoologia, com ênfase em Evolução e Biodiversidade (UFPA). Especialista em Ensino de Ciências e Pluralidade (UTFPR) e Especialista em Educação Socioambiental e Sustentabilidade (UNIFESP). Atuei em projetos de Conservação de Mamíferos Aquáticos na costa Amazônica, onde participei de diversas ações de Educação Ambiental nas escolas inseridas em comunidades ribeirinhas e com os pescadores artesanais. Professora de Ciências na Rede Municipal da Cidade de São Paulo. Participa do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores (GPEAFE).
Luana Hallai - Educadora, bióloga e pesquisadora. Sou do tipo que se emociona, que se indigna, que esperança e se envolve em lutas para construir outros mundos possíveis. Atuo como analista Pedagógica no Instituto Canoa. Mestranda pelo PIEC-USP. Participo do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores (GPEAFE). Instagram: @luana.hallai.
Leticia Luvisotto Oliveira - Bióloga e professora de Ciências do Ensino Fundamental II. Mestranda pelo PIEC-USP. Participa do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores (GPEAFE) e do Grupo de Pesquisa em Investigações e Práticas Educativas em Ciências (GIPEC). Adoro conhecer novos lugares, especialmente cafés aconchegantes, e também amo comer, passar tempo com meus gatinhos, ouvir música e aprender coisas novas. Instagram: @leluvis.
Karina Ambrosio Claro - Bióloga (UNESP de Rio Claro). Mestre em Ensino de Ciências pelo PIEC - USP. Participo do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores (GPEAFE) e do projeto PROEDUCA - Fapesp. Professora Orientadora de Educação Digital na Rede Municipal da Cidade de São Paulo.
Glaucia Maximiano - Química, pedagoga, mestre e doutora em Educação. Atuei como professora, Coordenadora Pedagógica, Diretora de Escola, Supervisora Escolar e Técnica Educacional em redes públicas e privadas, com grande experiência na Rede Municipal de São Paulo. Pós-doutoranda na área de Educação Ambiental, pesquisando a formação de comunidade de aprendizagem na interface Universidade/Escola Pública, no Instituto de Biociência da USP. Participo do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores (GPEAFE). Atuo como consultora da UNESCO na área de educação ambiental na escola pública. Instagram: @glauciamaximiano.
Felipe Domingues Miranda - Biólogo (FSA) e professor de Ciências em escola pública na Rede Municipal de São Paulo.
Eliane Cristina Couto de Lima Louzada - Química (FSA), Especialista em Química (UNESP), Mestre e Doutoranda em Ensino, História e Filosofia das Ciências e Matemática (UFABC). Professora Titular de Química pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Desenvolvo pesquisa com formação docente, competências para ensinar, atividades lúdicas, interdisciplinaridade e saberes docentes. Sou mãe de gatos, de uma jovem de 21 anos e cuido com amor da minha mãe de 84 anos.
Beatriz Vieira Freire - Bióloga, funcionária do IB-USP e doutoranda do PIEC-USP. Participo do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores (GPEAFE). Pesquiso sobre a Educação Ambiental escolar e em Unidades de Conservação. Amo escrever, fazer trilha e estou sempre ouvindo música. Instagram: @bia_bio.
01 de outubro de 2024 | 10:00
Ante a incerteza dos tempos que vivemos, de mudanças climáticas, capitalismo financeiro e sucateamento da educação pública, a educação que defendemos não é a de apenas sobrevivência, conformismo e impotência, mas uma educação verdadeiramente transformadora, embasada na indignação, na imaginação criativa e na busca de uma utopia compartilhada fundada na construção de uma outra forma de habitar o mundo.
Nesse contexto, a Educação Ambiental (EA) comprometida com a construção de sociedades sustentáveis vai além do ensino de conteúdos na escola, buscando criar comunidades mais saudáveis para todos, com integridade ecológica, prosperidade compartilhada e equidade social. Nessa perspectiva, a escola é um lugar privilegiado para a construção coletiva de relações mais equilibradas, a partir do entendimento que somos parte do ambiente.
As recentes catástrofes ambientais, como as ocorridas no Rio Grande do Sul pelas inundações e agora as queimadas, nos alertam que, enquanto sociedade, precisamos construir uma sustentabilidade através da luta pelos direitos humanos e pelo enfrentamento de injustiças ambientais, reconhecendo que nem os custos da poluição e nem os benefícios da proteção ambiental são uniformemente distribuídos pela sociedade. Elencamos nas referências algumas notícias recentes que nos mostram essa triste realidade.
Consciente deste cenário, uma característica inerente a nossa visão educativa é a consideração obrigatória da equidade em toda e qualquer prática pedagógica, bem como nas ações individuais e coletivas. O conceito de equidade permeia todas as ações da EA em sua vertente crítica, e busca contribuir com discussões e práticas de prevenção e mitigação de desigualdades socioambientais.
Nas diretrizes curriculares brasileiras, a EA é entendida como interdisciplinar e transversal, porque requer a cooperação entre diversas áreas do conhecimento para a construção de saberes individuais e coletivos. Dessa forma, a integração de saberes, temas e conteúdos assume grande complexidade e deve ser pensada de acordo com cada contexto formativo.
Considerando a expansão da crise climática e o aumento de vulnerabilidades sociais, a Política Nacional de Educação Ambiental, foi alterada este ano para explicitar a inserção das mudanças do clima, da proteção da biodiversidade, dos riscos e emergências socioambientais nos projetos institucionais e pedagógicos da educação básica e da educação superior. Para que isso ocorra, as universidades precisam atuar para que os princípios da EA estejam inseridos em processos formativos iniciais e continuados de professores, da mesma forma que produzam conhecimento sobre como essa temática tem se materializado nos currículos, materiais didáticos, práticas pedagógicas, bem como nas memórias individuais e coletivas de diferentes sujeitos do processo educativo formal e não formal.
O GPEAFE – Grupo de pesquisa em Educação ambiental e formação de educadores, tem atuado há 12 anos, em articulação com o PIEC, desenvolvendo pesquisas e processos formativos em temáticas como: EA escolar; Formação de Professores em processos colaborativos; Mídia e EA; EA nas Áreas Protegidas em comunidades de aprendizagem e, mais recentemente, criou uma linha para investigar a articulação entre sustentabilidade e equidade. Nesta linha, temos trabalhado em um projeto com cinco escolas públicas, investigando junto com professore(a)s da educação básica das áreas de Ciências, e criando de forma colaborativa discussões sobre processos de justiça ambiental, construindo projetos educacionais considerando que não há sustentabilidade sem o enfrentamento de desigualdades sociais e políticas e do respeito às diferenças culturais.
Partindo dessas breves reflexões e buscando materializar algumas possibilidades de ação nas escolas, trouxemos o relato de quatro professoras(es)-pesquisadoras(es) do projeto indicado acima. As escolas, localizadas na região metropolitana de São Paulo, possuem contextos diferentes, mas compartilham algumas situações de vulnerabilidade socioambiental. Esperamos, com isso, motivar outras professora(e)s a refletir sobre a importância dessa integração e a buscar formas de incluí-la em sua sala de aula:
“Recentemente, trabalhei com os estudantes um livreto que trata de alimentação e, a partir disso, foi possível tratar sobre questões de desmatamento e a relação com a agropecuária, tratamos da urbanização e ausência de locais para se cultivar o seu próprio alimento próximo das residências e conversamos sobre questões de acesso a determinados tipos de comida.” - Renata Firmino Novais
"[...] as discussões me levaram a questionar a minha prática e pensar em como eu posso através da disciplina de química contribuir com as questões do nosso planeta. Confesso que tem sido desafiador de algumas formas, como encontrar espaços nas aulas para as discussões, planejar e desenvolver atividades que levem ao questionamento e ao protagonismo dos estudantes. Ao mesmo tempo em que eu mesma, como professora, tenho buscado ler e aprender sobre como desenvolver estratégias para alcançar a sustentabilidade e a equidade no ensino de ciências, que por enquanto, ainda percebo de forma muito tímida na minha prática e no ambiente profissional." - Eliane Cristina Couto de Lima Louzada
"[...] tenho feito o exercício de inserir em minhas aulas discussões mais reflexivas sempre que possível. No início do ano, fizemos estudos sobre nutrição e nutrientes, para além de definições e funções, discutimos os aspectos sociais da alimentação, desigualdade no acesso e qualidade dos alimentos e dos desperdícios ao longo de toda a cadeia." - Felipe Domingues Miranda
“Participar do projeto possibilitou não somente que eu me reaproximasse das discussões sobre sustentabilidade e equidade, mas também percebesse que existem possibilidades de abordar essas pautas para além das aulas de ciências, utilizando a proposta interdisciplinar tanto do LED [Laboratório de Educação Digital] quanto da Educação Ambiental Crítica. No final do ano de 2023, desenvolvemos um jogo de tabuleiro e interpretação de papéis a partir de fenômenos socioambientais identificados nas realidades dos educandos, possibilitando refletirmos sobre as vivências e sobre o papel da cidadania ativa.” - Karina Ambrosio Claro
Para conhecer mais sobre os projetos do GPEAFE acesse: https://educacaoambiental.ib.usp.br/.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei 9795, de 27 de Abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental -PNEA- e dá outras providências. Brasília, 1999.
BRASIL. Lei 14926, de 17 de Julho de 2024.Altera a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, para assegurar atenção às mudanças do clima, à proteção da biodiversidade e aos riscos e vulnerabilidades a desastres socioambientais no âmbito da Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 2024.
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CAMARGO, Bianca. Calor extremo aumentou em 85% as mortes de idosos desde 1990, diz estudo. CNN. São Paulo. 15 de nov. 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/calor-extremo-aumentou-em-85-as-mortes-de-idosos-desde-1990-diz-estudo/. Acesso em: 17 de set. 2024.
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