O VIII Simpósio Discente da Pós-Graduação em Saúde Coletiva (SIMCOL), realizado em 2020, reafirmou seu compromisso com o fortalecimento do debate crítico, plural e interdisciplinar na área da Saúde Coletiva. Organizado por estudantes de mestrado e doutorado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o evento tem se consolidado como um espaço democrático de troca de saberes, socialização da produção científica e construção coletiva do conhecimento.
A edição de 2020 ocorreu em um contexto histórico singular: a pandemia de COVID-19, que impôs intensos desafios à saúde pública, à ciência e à vida social. Diante desse cenário, o SIMCOL se reinventou, sendo realizado de forma inteiramente virtual. Essa mudança não comprometeu a qualidade nem a diversidade das discussões promovidas — ao contrário, ampliou o alcance do evento e permitiu a participação de estudantes, pesquisadores e profissionais de diferentes regiões do Brasil.
Com o tema central “Saúde Coletiva e Resistência: saberes e práticas em tempos de crise”, o SIMCOL 2020 buscou fomentar reflexões sobre os múltiplos enfrentamentos que atravessam a saúde coletiva em períodos de instabilidade política, econômica e sanitária. Foram promovidas mesas-redondas, conferências, rodas de conversa e apresentações de trabalhos, abordando temas como determinantes sociais da saúde, desigualdades, políticas públicas, práticas de cuidado, direitos humanos, epistemologias críticas e os impactos da pandemia nas populações mais vulnerabilizadas.
A programação contou com a participação de renomados pesquisadores, ativistas, profissionais da saúde e representantes de movimentos sociais, promovendo o diálogo entre o campo acadêmico e a realidade concreta dos territórios. O SIMCOL manteve seu compromisso com a diversidade, garantindo espaço para diferentes vozes e olhares — sejam eles acadêmicos, populares, técnicos ou políticos.
Os anais do evento reúnem os trabalhos apresentados nas modalidades de comunicação oral e pôster, evidenciando a riqueza e a multiplicidade dos temas de pesquisa desenvolvidos por discentes de todo o país. As produções contemplam os diversos eixos da saúde coletiva — epidemiologia, ciências sociais e humanas em saúde, política, planejamento e gestão — refletindo o caráter interdisciplinar e crítico que marca o campo.
Mais do que um evento científico, o SIMCOL 2020 foi um exercício de resistência, solidariedade e reinvenção coletiva. Em tempos de incerteza, reafirmou a importância da ciência comprometida com a vida, a justiça social e os direitos humanos. O SIMCOL permanece como um espaço fundamental de formação, troca e construção de redes entre jovens pesquisadores e pesquisadoras, em permanente diálogo com os desafios do presente.