NOTÍCIAS

Em palestra no CEPID B3, coordenadora do MicroBioBank fala sobre a importância dos biobancos microbianos

Lara Sette, coordenadora do projeto MicroBioBank e Henrique Ferreira, professor da UNESP e membro do CEPID B3

O Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), sede do CEPID B3, recebeu na última quinta-feira, 29 de agosto, a pesquisadora Lara Sette, coordenadora do projeto temático MicroBioBank e gerente executiva da Central de Recursos Microbianos da Universidade Estadual Paulista (CRM-UNESP). Durante a palestra, Sette ressaltou a importância dos biobancos no avanço da pesquisa científica e relatou os esforços do MicroBioBank na manutenção adequada e no estudo de amostras microbiológicas.

De acordo com Sette, o papel dos biobancos é fundamental para o desenvolvimento científico e social. “A diversidade genética e metabólica dos microrganismos nos permite obter produtos e processos dos mais diversos setores de importância socioeconômica de uma maneira sustentável, como saúde, alimentação e produção de biocombustíveis”, explica. A pesquisadora enfatizou que, para que tais aplicações sejam possíveis, esses bancos atuam no armazenamento, manipulação e gerenciamento de dados de forma adequada de amostras de fungos, leveduras e bactérias, por exemplo, garantindo que estejam sempre disponíveis e viáveis para futuras pesquisas.

Nesse cenário, o Brasil se destaca por abrigar um número expressivo de biobancos microbianos. Três deles biobancos estão reunidos no projeto temático MicroBioBank, que visa unir esforços na investigação de novos compostos bioativos, seus mecanismos de ação e métodos de produção, no contexto da pesquisa com material microbiológico. São eles: a coleção do Laboratório de Ecologia Microbiana (LECOM) do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), a Coleção de Fungos de Alimentos do Instituto de Tecnologia de Alimentos (CFA-ITAL) e o acervo da CRM-UNESP.

A proposta conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), além de parcerias com o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio/CNPEM) e o Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA). A equipe atua em três frentes principais: a qualidade e preservação do material biológico e dados associados, a prospecção de biomoléculas inovadoras, e a informatização dos dados obtidos. Entre os mais de 10 mil exemplares reunidos nos três bancos, o grupo está trabalhando na seleção de mil para triagem de produção de biomoléculas com atividade anticâncer e antimicrobiana e aprofundamento dos estudos.

A abordagem integrada do projeto promete trazer avanços significativos para a pesquisa microbiológica no Brasil, fortalecendo a colaboração entre instituições e contribuindo para a inovação em diversas áreas. Os resultados esperados incluem a formação de uma extratoteca com, ao menos, mil extratos de microrganismos disponíveis para atividades de pesquisa e desenvolvimento, além da criação da primeira biblioteca química de fungos pré-fracionada da América Latina, com cerca de 10 mil amostras.