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Histórico

O Bacharelado em Gestão de Políticas Públicas foi criado em 2005, a partir da inauguração da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), oferecendo 60 vagas no período matutino e 60 vagas no período noturno.

O objeto de estudo do curso é o estudo das políticas públicas, tanto sob enfoque geral quanto em termos de análises setoriais, especialmente no que tange à interação entre diferentes áreas do conhecimento para a construção de uma nova forma de abordagem da formulação, implementação e avaliação de políticas públicas no país.

O curso de GPP foi uma inovação dentro da universidade brasileira, uma vez que este foi o primeiro curso de graduação a contar com tal denominação dentro da universidade brasileira. Movimento que na atualidade vemos como correto, dado na atualidade já haver mais de
uma dezena de cursos de graduação com tal denominação em diversas IES públicas e privadas no Brasil.

Outro fato deveras importante é a aprovação pelo Conselho Nacional de Educação do texto básico para as diretrizes curriculares nacionais do Curso de Graduação em Administração Pública, no qual incorpora a denominação Gestão de Políticas Públicas como uma possibilidade dentro de um “campo multidisciplinar de investigação e atuação profissional voltado a Estado, Governo, Administração Pública, Gestão de Políticas Públicas, Gestão Pública, Políticas Públicas e Gestão Social” (minuta para resolução do Conselho Nacional de Educação – CNE, texto que circulou entre coordenadores de curso da área e aprovado em dezembro de 2010 pelo Câmara de Educação Superior do CNE). Fato que sem dúvida consolida a denominação Gestão de Políticas Públicas dentro do leque de opções dos cursos de graduação oferecidos pelas IES brasileiras.

Ressalta-se que esse é um cenário bastante positivo para o curso de GPP da EACH, uma vez que no início de suas atividades tal denominação era bastante frágil, pois, além de não haver similaridade com outras instituições, a experiência de um curso com nossa feição não estava incorporada aos textos legais que normatizam as atividades dos cursos de graduação no Brasil.

Destaca-se que as diretrizes curriculares aprovadas no CNE estão bastante afinadas com a nossa experiência, e com a grade curricular já aprovada e vigente em nosso curso. As diretrizes em trâmite para aprovação apontam para o reforço da necessidade da existência dentro da área de Públicas de experiências de cursos de graduação com abordagens interdisciplinares como GPP.

Enfim, bacharelados que, além de possibilitarem uma formação acadêmica abrangente no campo da gestão/políticas pública(s), superem a velha dicotomia entre técnica e política, embate epistemológico que marcou o ensino de Administração Pública no século XX.

Neste contexto de (re)surgimento e diversificação do ensino de graduação em Públicas no Brasil, o curso de GPP da EACH-USP justifica sua relevância social; trata-se da contribuição da Universidade de São Paulo para o processo – desdobrado na última década – de revalorização da formação acadêmica em nível de graduação em gestão/políticas pública(s) no país, que tem como impulsionadores a reforma do Estado no Brasil (nos três níveis de governo), a consolidação da democracia a partir da Constituição de 1988 e a ampliação do conceito de Público para além do Estatal, fortalecendo a sociedade e legitimando as organizações públicas não-estatais.

Em suma, esse pró-ciclo público no Brasil – estatal e não-estatal – perfaz um macroambiente favorável ao ensino de graduação em Gestão de Políticas Públicas no país, no qual se insere o curso de GPP da EACH-USP a partir de um design de formação acadêmica plural e heterogêneo.

Propósito do Curso e Campo de Atuação Profissional

A partir da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão no campo do saber da gestão de políticas públicas, o curso visa preparar profissionais com inteligência estratégica comprometidos com a eficiência, eficácia e efetividade das instituições públicas, bem como formar pesquisadores para o debate sobre a gestão de políticas públicas, em um contexto de rearranjos das relações entre Estado e sociedade civil principado pela governança, transparência e a intersetorialidade. Em termos de visão de futuro, o curso – ao completar 15 anos em 2020 – aspira ser um dos bacharelados que referenciam o ensino de graduação em gestão/políticas públicas no Brasil. Atualmente, a grade curricular do curso, com sua proposta de diálogo entre as subáreas de análise de políticas públicas e os estudos de gestão pública, é apontada como um exemplo/modelo pelas IES que ofertam cursos em tal campo do saber.

No que se refere ao campo de atuação profissional dos formandos, é crescente o mercado de trabalho para os gestores de políticas públicas, no setor público-estatal, nas organizações sem fins lucrativos e na iniciativa privada. No Estado, as oportunidades de trabalho têm se avolumado com a implantação de carreiras estratégicas de gestão governamental e de políticas públicas na União e em muitos estados e municípios. Entre as organizações sem fins lucrativos, o boom institucional e a diversificação de objetivos do terceiro setor – movimentos sociais, ong´s, entes associativistas, fundações etc. – fazem com que novas organizações despontem, enquanto as já existentes buscam maior profissionalização. Configuram-se assim, a partir do número significativo dessas entidades no país que realizam importantes atividades de interesse público, um novo mercado de trabalho para o gestor de políticas públicas. Igualmente, o setor privado torna-se, progressivamente, um locus profissional para este gestor. Além das ações de responsabilidade social levadas a cabo pelas empresas, crescem as áreas/departamentos de relações governamentais nas grandes empresas que atuam em atividades que são reguladas pelo Estado (energia, telecomunicações etc.) e que se dedicam à prestação de serviços públicos (concessão, terceirização e consultorias). Ainda, a internacionalização da gestão de políticas públicas com a formação de espaços supranacionais (ex. blocos econômicos) e o aumento da governança em nível mundial (ex. organismos multilaterais), no bojo do processo de globalização, criam novas oportunidades de trabalho na área de international public affairs.