O grupo de pesquisa “Iconomia” é uma etapa nova na história do projeto “Cidade do Conhecimento”, criado há 25 anos como resposta a um concurso público do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Essa evolução expressa a convergência de projetos teóricos, pedagógicos e práticos com foco no valor da imagem, da informação e dos ícones audiovisuais. A “Cidade” tem sua própria “economia política de ícones” e a partir de uma nova configuração para a curricularização da extensão na USP dá lugar também a uma “start-up” sem fins lucrativos, o “Instituto de Iconomia”.

A economia política das redes digitais é feita não apenas de oferta e demanda, mas de códigos, interfaces, corpos, territórios e recursos naturais. Os ícones de política econômica pelos quais se governa, regula e renova essa estrutura nebulosa global de informação e comunicação são determinantes dos rumos da iconomia.

A iconomia do século 21 cria riquezas que desafiam os conceitos de Nação, Estado e Identidade.  Nessa iconomia também se reinventam as moedas, cuja oferta pressupõe a inteligência coletiva de códigos – em muitos sentidos (informacional, genético, computacional, ético, cultural, jurídico e simbólico).

Essa agenda de pesquisa sobre o valor da informação, da imagem e do código na evolução da inteligência coletiva para novos modelos de moeda, governança e cidadania, empreendedorismo e criatividade constitui uma referência transversal para estudantes, professores e equipes de laboratórios e unidades da USP e de outras instituições de pesquisa, organizações governamentais e não-governamentais, multilaterais e demais protagonistas culturais, acadêmicos e sociais que se mobilizam em escala global para realizar o potencial crescente de conversão dos sistemas vivos e das infra-estruturas urbanas para formas menos destruidoras, mais criativas e sustentáveis de gerar e distribuir valores, riquezas e oportunidades.

Da “Cidade do Conhecimento” à “Iconomia”

A “Cidade do Conhecimento” é um projeto criado por Gilson Schwartz a partir de Concurso Público em 1999 pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP).  A “Iconomia” ganha vida como resultado do “Programa Sabático” no primeiro semestre de 2017 no mesmo IEA da USP.

A partir da seleção em concurso público em 2005 para desenvolver o campo da economia do audiovisual no Departamento de Cinema, Rádio e TV (CTR) da Escola de Comunicações e Artes, Gilson Schwartz promove a imersão dos projeto da “Cidade” nas agendas pedagógicas do “CTR”: entre 2005 e 2015 os projetos ganham foco as pesquisas, projetos e consultorias centrados na questão do valor da imagem, da informação, do código e da programação audiovisual na transformação global rumo ao capitalismo do conhecimento, da propriedade intelectual e outros ativos intangíveis.

O design inteligente de moedas digitais ganhou ao longo dos anos uma pertinência tecnológica, institucional e cultural que aproximam os experimentos da “Cidade” às tendências contemporâneas de monetização, gamificação e hibridismos na economia política da era digital. As “moedas criativas” são possíveis onde a inteligência coletiva interferir criticamente na reconstrução permanente da diversidade de acessos e oportunidades que a rede global oferece.

Nascendo como “spin-off” da “Cidade do Conhecimento”, a “Iconomia” tem ciclos de projetos associados à sua efetividade como incubadora, aceleradora e inspiradora de projetos associados a diferentes áreas da USP e da sociedade dispostas a reinventar suas conexões em rede por meio de design financeiro criativo e sustentável – alargando o horizonte “FinTech” do conhecimento científico, da cultura audiovisual e da criatividade.

Como desdobramento conceitual e prático da própria “Cidade”, colocando em primeiro plano a questão da sustentabilidade financeira local em projetos de longo prazo de desenvolvimento humano, desde 2003 o uso de “moedas criativas” marcou a organização de conferências, participação e curadoria em projetos nacionais e internacionais, contribuindo em 2016 para a criação do movimento mundial MIL CLICKS da UNESCO, voltado à monetização criativa da alfabetização midiática e informacional (“media and information literacy”).

O ideal de uma economia do conhecimento propiciando o desenvolvimento sustentável de uma cidade democrática é o horizonte da iconomia.

Conheça a história e os projetos da “Cidade do Conhecimento“.