A instalação Palavras Cruzadas cria um espaço de escuta para 12 vozes representativas das lutas minoritárias brasileiras em resistência a séculos de violência colonial. Mais do que um mapeamento ou um apanhado das lutas, a videoinstalação produz um círculo de subjetividades dissonantes do coro hegemônico. Não se trata, entretanto, de dar conta da expressão das vozes das minorias, infinitamente plurais, mas de estabelecer um diagrama das potências de vozes que se encontram, ora silenciadas, ora apartadas, afirmando-as em seus protagonismos singulares.
Compõem o diagrama os Movimentos Indígena, com David Karai; Quilombola, com TC Silva; Sem Teto, com Carmen Silva; as Mães de Maio, com Débora Silva; as pessoas em situação prisional, com Dexter; o Movimento das Prostitutas, com Lourdes Barreto; o Movimento Trans, com Amara Moira; a Cultura Surda, com Edinho Santos; o Movimento Secundarista, com Marcela Jesus; o Feminismo Negro, com Juliana Borges; o Movimento LGBT, com Jéssica Tauane; e os Imigrantes, com Shambuyi Wetu.
O projeto foi desenvolvido pelos artistas Daniel Lima, Élida Lima e Felipe Teixeira, em parceria com o LabArteMídia – Laboratório de Arte, Mídia e Tecnologias Digitais.