Laboratório de Fungos Dimórficos Patogênicos

O Laboratório de Fungos Dimórficos Patogênicos do Departamento de Microbiologia (ICB/USP) atua no desenvolvimento de imunoterapias para infecções fúngicas causadas principalmente por fungos dimórficos. Atualmente, as linhas de pesquisa do laboratório estão relacionadas aos fungos: Paracoccidioides brasiliensis, Paracoccidioides lutzii, Histoplasma capsulatum, Sporothrix brasiliensis e Candida auris. (Foto: Freepik)

Reportagens

Participação de Destaque no 22º Congresso ISHAM 2025

O Laboratório de Fungos Dimórficos Patogênicos teve a honra de participar do 22º Congresso da International Society for Human and Animal Mycology (ISHAM 2025), um dos eventos científicos mais relevantes no campo da micologia médica.

O Prof. Dr. Carlos Pelleschi Taborda integrou o Comitê Científico Regional da América Latina, colaborando ativamente na definição da programação científica do congresso. Além disso, foi um dos palestrantes convidados, apresentando os avanços recentes no desenvolvimento de vacinas contra fungos e anticorpos monoclonais para o tratamento de micoses.

Também destacamos a participação do Dr. Gabriel Marena, pós-doutorando do laboratório, que apresentou seu trabalho na forma de pôster, intitulado “Analysis of the virulence of different clades of Candida auris in Galleria mellonella”.

A presença de nossa equipe neste importante congresso reforçou o compromisso do laboratório com a excelência na pesquisa científica e com a inovação no tratamento e no controle das micoses.

Mais informações sobre o Congresso estão disponíveis em: https://www.isham2025.org/

Encontro com o Dr. Koichi Makimura no ISHAM 2025: Um diálogo sobre Candidozyma auris/Candida auris e os avanços na micologia médica

Durante o congresso, o Prof. Dr. Carlos Taborda teve a oportunidade de encontrar e conversar com o renomado pesquisador Dr. Koichi Makimura, da Teikyo University em Tóquio (Japão).

O Dr. Makimura esteve na equipe responsável pela descrição do primeiro caso de Candidozyma auris no Japão, publicado em 2009. Esse trabalho pioneiro, intitulado “Candida auris sp. nov., a novel ascomycetous yeast isolated from the external ear canal of an inpatient in a Japanese hospital”, representou um marco na micologia clínica ao descrever, com base em análises filogenéticas, uma nova espécie de levedura patogênica.

Desde então, C. auris se consolidou como um dos principais agentes emergentes na área de infecções fúngicas hospitalares, destacando-se por sua multirresistência a antifúngicos e sua capacidade de disseminação em ambientes hospitalares.

A conversa entre o Prof. Carlos Taborda e o Dr. Makimura foi marcada por uma troca rica sobre os desafios no diagnóstico, controle e tratamento das infecções causadas por C. auris, bem como sobre as perspectivas futuras das pesquisas nesse campo.

Seguimos motivados e inspirados pela troca com pesquisadores de excelência, fortalecendo nossa atuação em pesquisas sobre fungos patogênicos – incluindo nossas pesquisas com C. auris! – e colaborando para o avanço da micologia médica.

ISHAM 2025

O primeiro relato de C. auris e sua caracterização filogenética

Em 2009, o grupo liderado pelo Dr. Hideyo Yamaguchi, da Teikyo University, descreveu pela primeira vez uma nova espécie de levedura isolada do canal auditivo externo de uma paciente internada em um hospital no Japão. A nova espécie foi nomeada Candida auris sp. nov.

A caracterização do isolado foi realizada através do conjunto de análises fenotípicas, químicas e moleculares. As regiões D1/D2 do DNA ribossomal 26S e ITS foram sequenciadas e, a partir dessas sequências, análises filogenéticas indicaram que a cepa pertencia ao gênero Candida, com relação próxima a espécies como Candida ruelliae e Candida haemulonii.

Algumas características relevantes encontradas foram:

Temperatura de crescimento: crescimento robusto a 40°C, fraco a 42°C e ausente a 45°C.

Morfologia: células vegetativas ovoides a elipsoides, sem formação de pseudohifas após 59 dias de cultivo em meio de ágar de milho a 25°C.

Perfil bioquímico: assimilação de várias fontes de carbono, mas incapacidade de assimilar compostos como galactose, sorbose e celobiose.

Sensibilidade antifúngica: o isolado apresentou níveis variáveis de susceptibilidade a antifúngicos, com concentração inibitória mínima (MIC) de fluconazol entre 1-2 μg/mL.

O estudo também ressaltou que, apesar de ter sido descrita a partir de um único isolado, as diferenças fenotípicas e genéticas em relação a espécies próximas justificavam a proposição de uma nova espécie.

Confira o trabalho completo aqui!

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