Nosso alvo, nossa missão

O câncer é uma das doenças de maior impacto na saúde e bem-estar das pessoas devido à alta incidência, perda da funcionalidade dos órgãos afetados, risco de recorrência, e para alguns tipos a baixa taxa de sobrevida. A estimativa para 2018 era de 18,1 milhões de novos casos de câncer e de 9,6 milhões de óbitos pela doença no mundo (excluindo-se o câncer de pele não-melanoma)(Ferlay et al., 2019). No câncer de cabeça e pescoço, por exemplo, mostram que a incidência continua sendo elevada e a mortalidade para cavidade oral e lábio e orofaringe são as maiores quando comparados aos outros sítios anatômicos de cabeça e pescoço (tais como glândula salivar, tireóide). Os fatores de risco para o desenvolvimento da doença são tabaco e álcool, tendo sido identificado também o vírus HPV como associado a tumores de orofaringe (Wight e Ogden, 1998; Dayyani et al., 2010). É importante ressaltar que os tratamentos atuais para os diferentes tipos de tumores de cabeça e pescoço são cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia, além de alguns tratamentos imunológicos tal como anticorpos monoclonais direcionados para alvo específico como o Cetuximabe (Matta e Ralhan, 2009). Um dos maiores dilemas na clínica é identificar os pacientes que possuem tumores aparentemente semelhantes por parâmetros histopatológicos e clínicos, mas que evoluem de forma distinta com perfil mais ou menos agressivo, por isto é necessário identificar marcadores de prognóstico que possam de fato ser utilizados na rotina clínica. O objetivo, portanto, é obter o perfil molecular do tumor de cada paciente para que junto com os parâmetros histopatológicos e clínicos seja possível a medicina personalizada e a escolha da melhor terapia para o paciente. A partir da identificação de marcadores tumorais e do entendimento de como estas moléculas contribuem para o câncer pode-se propor novas estratégias antitumorais que podem ser combinadas com terapias convencionais possibilitando assim eliminar todas as células neoplásicas malignas e reduzindo o risco de recorrência da doença.

Referências bibliográficas:

DAYYANI, F. et al. Meta-analysis of the impact of human papillomavirus (HPV) on cancer risk and overall survival in head and neck squamous cell carcinomas (HNSCC). Head Neck Oncol, v. 2, p. 15, 2010. ISSN 1758-3284. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20587061 >.

FERLAY, J. et al. Estimating the global cancer incidence and mortality in 2018: GLOBOCAN sources and methods. Int J Cancer, v. 144, n. 8, p. 1941-1953, 04 2019. ISSN 1097-0215. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30350310 >.

MATTA, A.; RALHAN, R. Overview of current and future biologically based targeted therapies in head and neck squamous cell carcinoma. Head Neck Oncol, v. 1, n. 1, p. 6, 2009. ISSN 1758-3284 (Electronic). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt=Citation&list_uids=19284526 >.

WIGHT, A. J.; OGDEN, G. R. Possible mechanisms by which alcohol may influence the development of oral cancer–a review. Oral Oncol, v. 34, n. 6, p. 441-7, Nov 1998. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt=Citation&list_uids=9930353 >.