As categorias dos metadados, bem como sua organização e preenchimento, foram baseados nas campos de catalogação utilizados no projeto M.A.P.: Mulheres na América Portuguesa. O cabeçalho dos arquivos XML dos documentos também contém os metadados aqui indicados.

Metadados

Processo de Clara Fernandes

Informações sobre a catalogada

  1. Nome modernizado: Clara Fernandes
  2. Grafia conservadora do nome: clara frz̑; clara frz̃; Clara frz̃; crara frz̃; clara ffrz̑; cllara ffrez̃
  3. Trecho modernizado de nomeação: Clara Fernandes, mulata, presa no cárcere da Santa Inquisição
  4. Trecho modernizado da voz: 
  5. Perfil documental da catalogada: Autora indireta
  6. Detalhamento do perfil: Autora indireta de uma petição solicitando soltura do cárcere da Inquisição
  7. Unidade administrativa menor do local de nascimento:
  8. Forma conservadora da unidade administrativa menor do local de nascimento: 
  9. Unidade administrativa intermediária do local de nascimento:
  10. Forma conservadora da unidade administrativa intermediária de nascimento: 
  11. Unidade administrativa maior do local de nascimento: 
  12. Forma conservadora da unidade administrativa maior de nascimento:
  13. Point de georreferenciamento do local de nascimento: 
  14. Número total de filhas e filhos: 3
  15. Número total de filhas:
  16. Número total de filhos:
  17. Nomes das(os) filhas(os) modernizados:
  18. Trecho de menção na bibliografia consultada: Escassos anos volvidos, em 1555, foi a vez de a Inquisição tomar conhecimento de uma situação de homossexualidade feminina, protagonizada por Clara Fernandes, lavadeira mulata de 25 anos, casada e moradora em Lisboa.
  19. Fonte da menção na bibliografia consultada: Braga, Paulo Drumond. Filhas de Safo: Um História da Homossexualidade Feminina em Portugal (séculos XIII – XX). Alfragide: Texto; 2010.

Informações sobre o documento

  1. Tipo de documento: Processo Inquisitorial
  2. Subtipo de documento:
  3. Ano de escrita do documento: 1555
  4. Ano de escrita do documento inferido: não inferido
  5. Datação cronológica inicial: 06/07/1555
  6. Datação cronológica inicial inferida: não inferida
  7. Datação cronológica final: 10/12/1560
  8. Datação cronológica final inferida: não inferida
  9. Descrição do conteúdo do documento: Clara Fernandes foi presa pela Inquisição Portuguesa em 1555 por ter se relacionado sexualmente com quatro mulheres, chegando a viver “das portas a dentro” com duas delas. Acabou se confessando pois havia fama em Lisboa, onde morava, de que ela cometera o “pecado” da sodomia com Catarina da Rosa e Isabel Mendes. Catarina acabou por fazer um comentário, diante de quatro ou cinco pessoas, deixando claro o envolvimento das duas, após uma briga por Clara ter aparentemente sentido ciúmes de outro amante dela. No caso de Isabel, foi pega na cama com ela pela mãe da mulher e chegou a ser chamada de “machão cadela” no incidente. Porém, acabou confessando após ter sido presa que também manteve relações e viveu com Catarina do Avelar e Margarida Mendes. Foi autora de uma petição, anexa ao processo, solicitando sua soltura a fim de cuidar de sua mãe em 1560.
  10. Descrição material do documento: O documento possui 12 fólios, sendo o 4v., o 10v. e o 12 em branco. O décimo fólio apresenta cerca de metade do tamanho dos demais. Foi escrito por quatro punhos distintos e compõe-se da capa, do registro de entrega de Clara Fernandes aos cáreceres da Inquisição, duas sessões de confissões da acusada, uma de Catarina da Rosa, a sentença de Clara e uma petição da mesma, cerca de 5 anos depois, solicitando que fosse solta. Há um carimbo em tinta preta no canto inferior esquerdo do fólio 12r., no qual se lê “Torre do Tombo” e a letra T sobre os dizeres. Na margem esquerda do fólio 1r. também há um carimbo em tinta preta, desgastado, contendo os dizeres “Torre do tombo: Arquivos Nacionais %” e uma figura similar a um copista sentado à sua mesa de cópia. Neste mesmo fólio, um pouco acima do centro, é possivel ler os dizeres (em grafite) “Nº 12418”, cota do processo. Todos os fólios foram numerados posteriormente a grafite no canto superior direito.
  11. Autoria intelectual do documento:
  12. Autoria material do documento:
  13. Autoria institucional do documento: Tribunal do Santo Ofício (TSO)
  14. Arquivo de guarda: Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT)
  15. Chave de pesquisa: sodomia
  16. Condição de acesso ao documento primário: Documento acessível, digitalizado e editado filologicamente
  17. Indexador na fonte: Tribunal do Santo Ofício (TSO), Inquisição de Lisboa (IL), Processos (028), Processo de Clara Fernandes (12418)
  18. URL da fonte: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2312620
  19. Idade da catalogada mencionada no documento: 23 ou 24
  20. Estado civil da catalogada no documento: Casada
  21. Qualificação social explicitada no documento: mulata; forra; mulher baça; ganha sua vida a lavar roupa
  22. Unidade administrativa menor de escrita: Lisboa
  23. Forma conservadora da unidade administrativa menor do local de escrita: lixa
  24. Unidade administrativa intermediária de escrita:
  25. Forma conservadora da unidade administrativa intermediária do local de escrita:
  26. Unidade administrativa maior de escrita: Portugal
  27. Forma conservadora da unidade administrativa maior de escrita:
  28. Point de georreferenciamento do local de escrita: 38.721821,-9.141887
  29. Unidade administrativa menor de morada: Lisboa
  30. Forma conservadora da unidade administrativa menor de morada: lixa
  31. Unidade administrativa intermediária de morada:
  32. Forma conservadora da unidade administrativa intermediária de morada:
  33. Unidade administrativa maior de morada: Portugal
  34. Forma conservadora da unidade administrativa maior de morada:
  35. Point de georreferenciamento do local de morada: 38.721821,-9.141887
  36. Edição filológica modernizada parcial do documento: E, do costume, disse que está de quebra com a dita Catarina da Rosa, por palavras que houve ontem, e se injuriaram uma a outra, e, assim, pelejou com a mãe da dita Isabel Mendes, como dito tem, havendo palavras injuriosas de uma parte e da outra, e que a dita Isabel Mendes acudia por a mãe, e que lhe tem má vontade, e, porém, que tudo o que tem dito é verdade, por o juramento que tem feito. E declarou que ela não tinha senão natura de mulher, e que tem três filhos que pariu, e que promete de nunca mais ofender a Nosso Senhor Jesus Cristo em esse pecado, e se guardar dele quanto puder.
  37. Autoria da edição filológica conservadora: Mariana Lourenço Sturzeneker
  38. Autoria da edição filológica modernizada: Mariana Lourenço Sturzeneker
  39. Responsabilidade pela revisão da edição parcial: Mariana Lourenço Sturzeneker
  40. Data da revisão mais recente da edição parcial: 25/10/2023
  41. Ligação para a edição filológica: https://sites.usp.br/nefandas/edicoes/clarafernandes
  42. Terceira(s) referida(s): Catarina da Rosa; Isabel de Vera; Isabel Mendes; Margarida Gonçalves; Catarina do Avelar; Margarida Mendes

Informações sobre o processamento

  1. Responsabilidade pela catalogação: Mariana Lourenço Sturzeneker
  2. Data da catalogação: 25/10/2023
  3. Responsabilidade pela revisão da catalogação: Mariana Lourenço Sturzeneker
  4. Data da revisão mais recente da catalogação: 19/04/2024
  5. Colaborador(a):
  6. Créditos de imagem: ANTT

Processo Inquisitorial de Catarina Luís

Informações sobre a catalogada

  1. Nome modernizado: Catarina Luís
  2. Grafia conservadora do nome: Caterina Luis; Cna lois; Crna Luiz; Cna luis; Caterinalois; Caterinaluis
  3. Trecho modernizado de nomeação: Catarina Luís, cristã-velha de Sanguinhedo, termo da vila de Monte Alegre, presa no cárcere deste Santo Ofício
  4. Trecho modernizado da voz:
  5. Perfil documental da catalogada: Nomeada em documento primário
  6. Detalhamento do perfil: Nomeada em processo inquisitorial acusada de sodomia
  7. Unidade administrativa menor do local de nascimento: Sapiãos
  8. Forma conservadora da unidade administrativa menor do local de nascimento: sapeaõs
  9. Unidade administrativa intermediária do local de nascimento:
  10. Forma conservadora da unidade administrativa intermediária de nascimento: –
  11. Unidade administrativa maior do local de nascimento: Portugal
  12. Forma conservadora da unidade administrativa maior de nascimento:
  13. Point de georreferenciamento do local de nascimento: 41.713324, -7.639566
  14. Número total de filhas e filhos: –
  15. Número total de filhas: –
  16. Número total de filhos: –
  17. Nomes das(os) filhas(os) modernizados: –
  18. Trecho de menção na bibliografia consultada: –
  19. Fonte da menção na bibliografia consultada: –

Informações sobre o documento

  1. Tipo de documento: Processo Inquisitorial
  2. Subtipo de documento: –
  3. Ano de escrita do documento: 1589
  4. Ano de escrita do documento inferido: não inferido
  5. Datação cronológica inicial: 09/02/1589
  6. Datação cronológica inicial inferida: não inferido
  7. Datação cronológica final: 18/02/1589
  8. Datação cronológica final inferida: não inferido
  9. Descrição do conteúdo do documento: Catarina Luís foi levada de Braga à Inquisição de Coimbra já presa, acusada de sodomia. Porém, negou em sua confissão haver culpas a relatar. Nove dias após sua audiência, provavelmente durante a madrugada, faleceu em seus aposentos no cárcere da Inquisição. Segundo os relatos reunidos em seu auto de falecimento, a causa provável da morte foi asfixia, por acender fogo para se aquecer durante a noite fria com o ambiente completamente fechado. Alguns presos relataram ouvi-la gritar durante a madrugada, o que não foi confirmado pelo alcaide e pelo guarda do cárcere.
  10. Descrição material do documento: O documento possui 10 fólios, sendo o 1v., 2, 9v. e o 10 em branco. Todos os fólios apresentam corrosões nas margens, em especial o décimo fólio, provavelmente causadas pela ação do tempo e de papirófagos. No primeiro fólio, abaixo do ano do documento, é possivel ler os dizeres (em grafite) “3160”, cota do processo. Também no primeiro fólio há uma marca d’água visível, formada por uma mão e uma estrela abaixo dela. A margem superior de todos os fólios a partir do 4º apresenta um borrão que parece ser proveniente de umidade. Há uma dobra no centro e na margem superior do oitavo fólio que dificulta sua leitura. O documento foi escrito por dois punhos distintos e compõe-se da capa, de uma sessão de confissão de Catarina Luís e seu auto de falecimento.
  11. Autoria intelectual do documento:
  12. Autoria material do documento: –
  13. Autoria institucional do documento: Tribunal do Santo Ofício (TSO)
  14. Arquivo de guarda: Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT)
  15. Chave de pesquisa: sodomia
  16. Condição de acesso ao documento primário: Documento acessível, digitalizado e editado filologicamente
  17. Indexador na fonte: Tribunal do Santo Ofício (TSO), Inquisição de Coimbra (IC), Processos (025), Processo de Catarina Luís (03160)
  18. URL da fonte: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2353007
  19. Idade da catalogada mencionada no documento: 30
  20. Estado civil da catalogada no documento: Casada
  21. Qualificação social explicitada no documento: cristã-velha
  22. Unidade administrativa menor de escrita: Coimbra
  23. Forma conservadora da unidade administrativa menor do local de escrita: Coimbra
  24. Unidade administrativa intermediária de escrita: –
  25. Forma conservadora da unidade administrativa intermediária do local de escrita: –
  26. Unidade administrativa maior de escrita: Portugal
  27. Forma conservadora da unidade administrativa maior de escrita: –
  28. Point de georreferenciamento do local de escrita: 40.203221,-8.410253
  29. Unidade administrativa menor de morada: Sanguinhedo
  30. Forma conservadora da unidade administrativa menor de morada: sanguinhe do; sanguinhedo
  31. Unidade administrativa intermediária de morada: Montalegre
  32. Forma conservadora da unidade administrativa intermediária de morada: villa demõte allegre
  33. Unidade administrativa maior de morada: Portugal
  34. Forma conservadora da unidade administrativa maior de morada: –
  35. Point de georreferenciamento do local de morada: 41.336328,-7.662636
  36. Edição filológica modernizada parcial do documento: E, sendo perguntada, disse que na sexta casa do cárcere de cima, do corredor de diante, que é a que está pegada com o aposento onde ela está, estava uma mulher que ela não conhecia, e a noite de sexta-feira para o sábado, próximo passado, que foram dezoito dias deste mês, antre as duas e as três horas, depois da meia-noite, ouviu ela declarante e suas companheiras que são Guiomar Serivam, mulher de Antônio Rodrigues, e Maria Álvares e Justa de Leão, gritar a dita presa, uma mulher, a qual chamava per Jesus, vozes mui altas, e isto per espaço quase de uma hora, o que não sabe quem era nem em que casa estava, senão sábado pola manhã, que o alcaide chamou a ela declarante e às companheiras para a irem amortalhar. E ela amortalhou a dita defunta que estava na sexta casa com as companheiras, e nenhuma delas a conheceu, e então lhe pareceu que aquela era a mulher que de noite gritara, e que ela não sabe de que a dita mulher morreu, e lhe viu todo o corpo e suas companheiras sem nele lhe acharem mágoa alguma. E assinei per ela com o senhor Inquisidor. Simão Lopes, o escrevi. E declarou que, à dita noite, sentiu ela e suas companheiras andar o alcaide rodeando e vigiando o cárcere das dez para as onze horas.
  37. Autoria da edição filológica conservadora: Mariana Lourenço Sturzeneker
  38. Autoria da edição filológica modernizada: Mariana Lourenço Sturzeneker
  39. Responsabilidade pela revisão da edição parcial: Mariana Lourenço Sturzeneker
  40. Data da revisão mais recente da edição parcial: 20/12/2023
  41. Ligação para a edição filológica: https://sites.usp.br/nefandas/edicoes/catarinaluis/inquisicao
  42. Terceira(s) referida(s): Ana Mendes; Guiomar Serivam; Maria Álvares; Justa de Leão

Informações sobre o processamento

  1. Responsabilidade pela catalogação: Mariana Lourenço Sturzeneker
  2. Data da catalogação: 18/12/2023
  3. Responsabilidade pela revisão da catalogação: Mariana Lourenço Sturzeneker
  4. Data da revisão mais recente da catalogação: 19/04/2024
  5. Colaborador(a): –
  6. Créditos de imagem: ANTT