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Metadados
Processo de Clara Fernandes
Informações sobre a catalogada
- Nome modernizado: Clara Fernandes
- Grafia conservadora do nome: clara frz̑; clara frz̃; Clara frz̃; crara frz̃; clara ffrz̑; cllara ffrez̃
- Trecho modernizado de nomeação: Clara Fernandes, mulata, presa no cárcere da Santa Inquisição
- Trecho modernizado da voz: –
- Perfil documental da catalogada: Autora indireta
- Detalhamento do perfil: Autora indireta de uma petição solicitando soltura do cárcere da Inquisição
- Unidade administrativa menor do local de nascimento: –
- Forma conservadora da unidade administrativa menor do local de nascimento: –
- Unidade administrativa intermediária do local de nascimento: –
- Forma conservadora da unidade administrativa intermediária de nascimento: –
- Unidade administrativa maior do local de nascimento: –
- Forma conservadora da unidade administrativa maior de nascimento: –
- Point de georreferenciamento do local de nascimento: –
- Número total de filhas e filhos: 3
- Número total de filhas: –
- Número total de filhos: –
- Nomes das(os) filhas(os) modernizados: –
- Trecho de menção na bibliografia consultada: Escassos anos volvidos, em 1555, foi a vez de a Inquisição tomar conhecimento de uma situação de homossexualidade feminina, protagonizada por Clara Fernandes, lavadeira mulata de 25 anos, casada e moradora em Lisboa.
- Fonte da menção na bibliografia consultada: Braga, Paulo Drumond. Filhas de Safo: Um História da Homossexualidade Feminina em Portugal (séculos XIII – XX). Alfragide: Texto; 2010.
Informações sobre o documento
- Tipo de documento: Processo Inquisitorial
- Subtipo de documento: –
- Ano de escrita do documento: 1555
- Ano de escrita do documento inferido: não inferido
- Datação cronológica inicial: 06/07/1555
- Datação cronológica inicial inferida: não inferida
- Datação cronológica final: 10/12/1560
- Datação cronológica final inferida: não inferida
- Descrição do conteúdo do documento: Clara Fernandes foi presa pela Inquisição Portuguesa em 1555 por ter se relacionado sexualmente com quatro mulheres, chegando a viver “das portas a dentro” com duas delas. Acabou se confessando pois havia fama em Lisboa, onde morava, de que ela cometera o “pecado” da sodomia com Catarina da Rosa e Isabel Mendes. Catarina acabou por fazer um comentário, diante de quatro ou cinco pessoas, deixando claro o envolvimento das duas, após uma briga por Clara ter aparentemente sentido ciúmes de outro amante dela. No caso de Isabel, foi pega na cama com ela pela mãe da mulher e chegou a ser chamada de “machão cadela” no incidente. Porém, acabou confessando após ter sido presa que também manteve relações e viveu com Catarina do Avelar e Margarida Mendes. Foi autora de uma petição, anexa ao processo, solicitando sua soltura a fim de cuidar de sua mãe em 1560.
- Descrição material do documento: O documento possui 12 fólios, sendo o 4v., o 10v. e o 12 em branco. O décimo fólio apresenta cerca de metade do tamanho dos demais. Foi escrito por quatro punhos distintos e compõe-se da capa, do registro de entrega de Clara Fernandes aos cáreceres da Inquisição, duas sessões de confissões da acusada, uma de Catarina da Rosa, a sentença de Clara e uma petição da mesma, cerca de 5 anos depois, solicitando que fosse solta. Há um carimbo em tinta preta no canto inferior esquerdo do fólio 12r., no qual se lê “Torre do Tombo” e a letra T sobre os dizeres. Na margem esquerda do fólio 1r. também há um carimbo em tinta preta, desgastado, contendo os dizeres “Torre do tombo: Arquivos Nacionais %” e uma figura similar a um copista sentado à sua mesa de cópia. Neste mesmo fólio, um pouco acima do centro, é possivel ler os dizeres (em grafite) “Nº 12418”, cota do processo. Todos os fólios foram numerados posteriormente a grafite no canto superior direito.
- Autoria intelectual do documento: –
- Autoria material do documento: –
- Autoria institucional do documento: Tribunal do Santo Ofício (TSO)
- Arquivo de guarda: Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT)
- Chave de pesquisa: sodomia
- Condição de acesso ao documento primário: Documento acessível, digitalizado e editado filologicamente
- Indexador na fonte: Tribunal do Santo Ofício (TSO), Inquisição de Lisboa (IL), Processos (028), Processo de Clara Fernandes (12418)
- URL da fonte: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2312620
- Idade da catalogada mencionada no documento: 23 ou 24
- Estado civil da catalogada no documento: Casada
- Qualificação social explicitada no documento: mulata; forra; mulher baça; ganha sua vida a lavar roupa
- Unidade administrativa menor de escrita: Lisboa
- Forma conservadora da unidade administrativa menor do local de escrita: lixa
- Unidade administrativa intermediária de escrita:
- Forma conservadora da unidade administrativa intermediária do local de escrita: –
- Unidade administrativa maior de escrita: Portugal
- Forma conservadora da unidade administrativa maior de escrita: –
- Point de georreferenciamento do local de escrita: 38.721821,-9.141887
- Unidade administrativa menor de morada: Lisboa
- Forma conservadora da unidade administrativa menor de morada: lixa
- Unidade administrativa intermediária de morada: –
- Forma conservadora da unidade administrativa intermediária de morada: –
- Unidade administrativa maior de morada: Portugal
- Forma conservadora da unidade administrativa maior de morada: –
- Point de georreferenciamento do local de morada: 38.721821,-9.141887
- Edição filológica modernizada parcial do documento: E, do costume, disse que está de quebra com a dita Catarina da Rosa, por palavras que houve ontem, e se injuriaram uma a outra, e, assim, pelejou com a mãe da dita Isabel Mendes, como dito tem, havendo palavras injuriosas de uma parte e da outra, e que a dita Isabel Mendes acudia por a mãe, e que lhe tem má vontade, e, porém, que tudo o que tem dito é verdade, por o juramento que tem feito. E declarou que ela não tinha senão natura de mulher, e que tem três filhos que pariu, e que promete de nunca mais ofender a Nosso Senhor Jesus Cristo em esse pecado, e se guardar dele quanto puder.
- Autoria da edição filológica conservadora: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Autoria da edição filológica modernizada: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Responsabilidade pela revisão da edição parcial: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Data da revisão mais recente da edição parcial: 25/10/2023
- Ligação para a edição filológica: https://sites.usp.br/nefandas/edicoes/clarafernandes
- Terceira(s) referida(s): Catarina da Rosa; Isabel de Vera; Isabel Mendes; Margarida Gonçalves; Catarina do Avelar; Margarida Mendes
Informações sobre o processamento
- Responsabilidade pela catalogação: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Data da catalogação: 25/10/2023
- Responsabilidade pela revisão da catalogação: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Data da revisão mais recente da catalogação: 19/04/2024
- Colaborador(a): –
- Créditos de imagem: ANTT
Processo Inquisitorial de Catarina Luís
Informações sobre a catalogada
- Nome modernizado: Catarina Luís
- Grafia conservadora do nome: Caterina Luis; Cna lois; Crna Luiz; Cna luis; Caterinalois; Caterinaluis
- Trecho modernizado de nomeação: Catarina Luís, cristã-velha de Sanguinhedo, termo da vila de Monte Alegre, presa no cárcere deste Santo Ofício
- Trecho modernizado da voz: –
- Perfil documental da catalogada: Nomeada em documento primário
- Detalhamento do perfil: Nomeada em processo inquisitorial acusada de sodomia
- Unidade administrativa menor do local de nascimento: Sapiãos
- Forma conservadora da unidade administrativa menor do local de nascimento: sapeaõs
- Unidade administrativa intermediária do local de nascimento: –
- Forma conservadora da unidade administrativa intermediária de nascimento: –
- Unidade administrativa maior do local de nascimento: Portugal
- Forma conservadora da unidade administrativa maior de nascimento: –
- Point de georreferenciamento do local de nascimento: 41.713324, -7.639566
- Número total de filhas e filhos: –
- Número total de filhas: –
- Número total de filhos: –
- Nomes das(os) filhas(os) modernizados: –
- Trecho de menção na bibliografia consultada: –
- Fonte da menção na bibliografia consultada: –
Informações sobre o documento
- Tipo de documento: Processo Inquisitorial
- Subtipo de documento: –
- Ano de escrita do documento: 1589
- Ano de escrita do documento inferido: não inferido
- Datação cronológica inicial: 09/02/1589
- Datação cronológica inicial inferida: não inferido
- Datação cronológica final: 18/02/1589
- Datação cronológica final inferida: não inferido
- Descrição do conteúdo do documento: Catarina Luís foi levada de Braga à Inquisição de Coimbra já presa, acusada de sodomia. Porém, negou em sua confissão haver culpas a relatar. Nove dias após sua audiência, provavelmente durante a madrugada, faleceu em seus aposentos no cárcere da Inquisição. Segundo os relatos reunidos em seu auto de falecimento, a causa provável da morte foi asfixia, por acender fogo para se aquecer durante a noite fria com o ambiente completamente fechado. Alguns presos relataram ouvi-la gritar durante a madrugada, o que não foi confirmado pelo alcaide e pelo guarda do cárcere.
- Descrição material do documento: O documento possui 10 fólios, sendo o 1v., 2, 9v. e o 10 em branco. Todos os fólios apresentam corrosões nas margens, em especial o décimo fólio, provavelmente causadas pela ação do tempo e de papirófagos. No primeiro fólio, abaixo do ano do documento, é possivel ler os dizeres (em grafite) “3160”, cota do processo. Também no primeiro fólio há uma marca d’água visível, formada por uma mão e uma estrela abaixo dela. A margem superior de todos os fólios a partir do 4º apresenta um borrão que parece ser proveniente de umidade. Há uma dobra no centro e na margem superior do oitavo fólio que dificulta sua leitura. O documento foi escrito por dois punhos distintos e compõe-se da capa, de uma sessão de confissão de Catarina Luís e seu auto de falecimento.
- Autoria intelectual do documento: –
- Autoria material do documento: –
- Autoria institucional do documento: Tribunal do Santo Ofício (TSO)
- Arquivo de guarda: Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT)
- Chave de pesquisa: sodomia
- Condição de acesso ao documento primário: Documento acessível, digitalizado e editado filologicamente
- Indexador na fonte: Tribunal do Santo Ofício (TSO), Inquisição de Coimbra (IC), Processos (025), Processo de Catarina Luís (03160)
- URL da fonte: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2353007
- Idade da catalogada mencionada no documento: 30
- Estado civil da catalogada no documento: Casada
- Qualificação social explicitada no documento: cristã-velha
- Unidade administrativa menor de escrita: Coimbra
- Forma conservadora da unidade administrativa menor do local de escrita: Coimbra
- Unidade administrativa intermediária de escrita: –
- Forma conservadora da unidade administrativa intermediária do local de escrita: –
- Unidade administrativa maior de escrita: Portugal
- Forma conservadora da unidade administrativa maior de escrita: –
- Point de georreferenciamento do local de escrita: 40.203221,-8.410253
- Unidade administrativa menor de morada: Sanguinhedo
- Forma conservadora da unidade administrativa menor de morada: sanguinhe do; sanguinhedo
- Unidade administrativa intermediária de morada: Montalegre
- Forma conservadora da unidade administrativa intermediária de morada: villa demõte allegre
- Unidade administrativa maior de morada: Portugal
- Forma conservadora da unidade administrativa maior de morada: –
- Point de georreferenciamento do local de morada: 41.336328,-7.662636
- Edição filológica modernizada parcial do documento: E, sendo perguntada, disse que na sexta casa do cárcere de cima, do corredor de diante, que é a que está pegada com o aposento onde ela está, estava uma mulher que ela não conhecia, e a noite de sexta-feira para o sábado, próximo passado, que foram dezoito dias deste mês, antre as duas e as três horas, depois da meia-noite, ouviu ela declarante e suas companheiras que são Guiomar Serivam, mulher de Antônio Rodrigues, e Maria Álvares e Justa de Leão, gritar a dita presa, uma mulher, a qual chamava per Jesus, vozes mui altas, e isto per espaço quase de uma hora, o que não sabe quem era nem em que casa estava, senão sábado pola manhã, que o alcaide chamou a ela declarante e às companheiras para a irem amortalhar. E ela amortalhou a dita defunta que estava na sexta casa com as companheiras, e nenhuma delas a conheceu, e então lhe pareceu que aquela era a mulher que de noite gritara, e que ela não sabe de que a dita mulher morreu, e lhe viu todo o corpo e suas companheiras sem nele lhe acharem mágoa alguma. E assinei per ela com o senhor Inquisidor. Simão Lopes, o escrevi. E declarou que, à dita noite, sentiu ela e suas companheiras andar o alcaide rodeando e vigiando o cárcere das dez para as onze horas.
- Autoria da edição filológica conservadora: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Autoria da edição filológica modernizada: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Responsabilidade pela revisão da edição parcial: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Data da revisão mais recente da edição parcial: 20/12/2023
- Ligação para a edição filológica: https://sites.usp.br/nefandas/edicoes/catarinaluis/inquisicao
- Terceira(s) referida(s): Ana Mendes; Guiomar Serivam; Maria Álvares; Justa de Leão
Informações sobre o processamento
- Responsabilidade pela catalogação: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Data da catalogação: 18/12/2023
- Responsabilidade pela revisão da catalogação: Mariana Lourenço Sturzeneker
- Data da revisão mais recente da catalogação: 19/04/2024
- Colaborador(a): –
- Créditos de imagem: ANTT