Gyula Kosice, Fernando Fallik

Kosice (Hungria), 1924 – Buenos Aires (Argentina), 2016

Francisco Alambert

Pintor, escultor, poeta e ensaísta, Gyula Kosice chegou à Argentina com seus pais, em 1928. Estudou desenho e escultura nas academias livres de Buenos Aires e também, por curto período, na Escola de Belas-Artes Manuel Belgrano. Em 1944, criou Röyi, escultura articulada e móvel e tornou-se coeditor da revista Arturo, marco da vanguarda concreta argentina, que realizou, em 1945, a exposição Arte Concreto-Invención.

Em 1946, o grupo concreto se dividiu e Kosice passou a ser um dos líderes do Movimento “Madí”, organizando exposições na Argentina e em várias partes do mundo, além de dirigir a revista Arte Madí Universal (que existiu entre 1947 e 1954) e assinar vários manifestos do grupo. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1947, em Buenos Aires. Trabalhos do grupo foram expostos em 1948 no Salon Realités Nouvelles, em Paris. Nesse período, a obra de Kosice passou a se concentrar em experimentações com materiais diversos, como vidro, luz, água e gás néon, dos quais foi reconhecidamente pioneiro.

Nos anos 1950, o artista produziu esculturas hidrocinéticas que foram expostas em Paris, para onde se mudou em 1957. Uma de suas obras marcantes é Hidromural móvil (1967), que se encontra no edifício Embassy Center de Buenos Aires. No começo dos anos 1970, Gyula Kosice chegou a elaborar um projeto para uma “Cidade hidroespacial”. Participou da Bienal de Veneza, em 1956 e 1964, e da Bienal de São Paulo, em 1953 e 1957. Em 1962, recebeu o Prêmio Internacional de Escultura do Instituto Di Tella, em Buenos Aires. Esteve também na Bienal Coltejer de 1972, em Medellín, e na II Bienal de Havana, em 1986.

Suas obras foram expostas em diversas cidades e eventos no mundo. Em Londres, 1953, apresentou Spatial constructions and first hydraulic sculpture, e em Paris, 1975, expôs La cité hydrospatial. Em 1988, realizou esculturas para os Jogos Olímpicos de Seul. Em 1994, recebeu um prêmio em homenagem à sua obra outorgado pelo Fundo Nacional das Artes da Argentina. Nesse mesmo ano, integrou a exposição coletiva Art from Argentina 1920/1994, inaugurada pelo Museu de Arte Moderna de Londres, que percorreu várias cidades do mundo. Em 2001, participou da exposição Abstract Art from Río de la Plata Buenos Aires and Montevideo 1933/53, em Nova York. Em 2006 foi homenageado pelo Senado argentino em função de sua contribuição à arte e à cultura do país. Em 2010 publicou Kosice, autobiografía, pela La Marca Editora.