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Andrade, João Batista de

Ituitaba (Brasil), 1939

Por Afrânio Mendes Catani

Cineasta brasileiro e ativista ligado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), ingressou na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e participou da União Nacional dos Estudantes (UNE). Fez curtas-metragens quando estudante, e deixou a USP com o golpe militar de 1964. Dirigiu, com Renato Tapajós, o curta Liberdade de imprensa (1967), apreendido pelo Exército por conter procedimentos que caracterizavam sua filmografia: entrevistas de rua com pessoas comuns, intervenção direta do diretor e ausência da voz off. Seu primeiro longa-metragem, Gamal, o delírio do sexo (1969), foi rodado em onze dias, nas ruas e na periferia da cidade de São Paulo. Em 1972, foi para a área de telejornalismo da TV Cultura, realizando vários curtas de cunho social; demitido em 1974, por pressões políticas, foi para a o programa Globo Repórter da Rede Globo de Televisão, fazendo documentários significativos como Wilsinho Galiléia (1978). Dirigiu Doramundo (1978), adaptado do romance homônimo de Geraldo Ferraz, e O homem que virou suco (1980), sobre a temática do migrante nordestino tentando sobreviver na cidade de São Paulo. Fez ainda A próxima vítima (1982), o documentário Céu aberto (1985) e O país dos tenentes (1987). Retornou ao longa nos anos 1990, dirigindo quatro filmes que não obtiveram maior repercussão: O cego que gritava luz (1995), O tronco (1999), Rua 6, sem número (2003), Vida de artista (2004). Em 2005, mesmo ano em que lançou o documentário Vlado – 30 anos depois, assumiu a Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo. Em 2012 foi nomeado diretor presidente da Fundação Memorial da América Latina.