Recife, 1886 – Rio de Janeiro (Brasil), 1968
Por Flávio Aguiar
Figura fundadora do Modernismo brasileiro, foi poeta e autor de ensaios, crônicas e memórias. Tradutor e organizador de antologias, atuou como professor de literatura hispano-americana e crítico de artes plásticas.
Os poemas dos primeiros livros, A cinza das horas (1917) e Carnaval (1919), incorporam o verso livre e a temática do dia a dia sob a trama de um lirismo ainda inédito no Brasil. A ironia, o humor trágico e o coloquialismo de Libertinagem (1930) anunciam os traços da Geração do Mimeógrafo – representada por Cacaso, Chacal, Ana Cristina César, entre outros.
A estreita amizade com Mário de Andrade e Oswald de Andrade compôs o grupo que promoveu a Semana de Arte Moderna (1922) – acontecimento provocador no cenário cultural porque atualizou as vanguardas europeias e propôs novas estéticas. Conviveu com Jaime Ovale e Menotti del Picchia e participou das revistas modernistas Klaxon, Antropofagia, Lanterna Verde, Terra Roxa. Escreveu crônicas para A Província, dirigida por Gilberto Freyre, Jornal do Brasil, Folha da Manhã e também para a Rádio Ministério da Educação. O amigo Carlos Drummond de Andrade organizou Andorinha, andorinha com a prosa do poeta por ocasião do seu 80º aniversário. Sua obra está reunida em Estrela da vida inteira (1966).