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Candido, Antonio

Rio de Janeiro, 1918 – São Paulo (Brasil), 2017

Por Flávio Aguiar

Antonio Candido de Mello e Souza formou-se em ciências sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), campo em que trabalhou até 1958. Exerceu a crítica literária desde os tempos de sua formação. Com Décio de Almeida Prado, Gilda de Mello e Souza, Lourival Gomes Machado, Paulo Emílio Salles Gomes, Ruy Coelho e outros fundou a revista Clima, que durou de 1941 a 1944 e deu nome ao grupo, vinculado depois à vida universitária.

Com professores como Afrânio Coutinho, José Aderaldo Castello, Guilhermino César, Benedito Nunes, Antonio Candido fez parte de uma geração que, com base na tradição anterior, levou a crítica e os estudos literários para a universidade. Fez também crítica de jornal, tendo idealizado o suplemento literário do jornal O Estado de S.Paulo, que marcou época no gênero, dirigido por Décio de Almeida Prado. A partir de 1960, quando conheceu o crítico uruguaio Ángel Rama, colaborou com ele no intuito de viabilizar uma visão abrangente da literatura latino-americana como parte de um processo sistemático e orgânico.

Foi fundador do antigo Partido Socialista Brasileiro, fechado ao tempo da ditadura militar de 1964, e do Partido dos Trabalhadores (PT), quando do processo de redemocratização do país. Fundou, também, com Fernando Gasparian, a revista Argumento, na década de 1970, também fechada pela ditadura em seu quarto número.

Ganhou os prêmios Camões, de Portugal, e Alfonso Reyes, do México. É autor, entre outros, dos livros Brigada ligeira (1945), Introdução ao método crítico de Sílvio Romero (1945), Formação da literatura brasileira – momentos decisivos (1959), Os parceiros do Rio Bonito (1964), Literatura e sociedade (1965), Introducción a la literatura de Brasil (1968), Tese e antítese (1971), A educação pela noite e outros ensaios (1987), O discurso e a cidade (1993), Recortes (1993). Idealizou com Ángel Rama a Biblioteca Ayacucho, coleção de obras de escritores e pensadores latino-americanos, incluindo os brasileiros, publicada na Venezuela a partir de 1974. Faleceu em 12 de maio de 2017, em São Paulo, aos 98 anos.